Blog - Últimas Notícias
23/06/2025 -
Xeque ao
movimento sindical
Neuriberg Dias*
Às vésperas de mais um ciclo de eleições gerais, o
Congresso Nacional avança com uma agenda legislativa
claramente direcionada ao enfraquecimento do
movimento sindical. Conduzida por setores da
oposição ao governo federal, essa ofensiva não
ocorre por acaso. Trata-se de uma ação estratégica
que visa reduzir a capacidade de organização,
mobilização e negociação dos trabalhadores em um
momento crucial da vida democrática do país.
Os sindicatos não são meras estruturas burocráticas.
São organismos vivos, essenciais para a mediação
entre capital e trabalho. Por meio de campanhas
salariais, greves, mobilizações, negociações
coletivas e ações judiciais, buscam equilibrar
relações historicamente marcadas por profundas
assimetrias de poder. Atacar essas entidades é minar
não apenas os direitos conquistados, mas o próprio
pacto democrático que regula as relações laborais. E
essa erosão se agrava quando ocorre em pleno
ambiente pré-eleitoral, justamente quando os canais
de representação e participação deveriam ser
ampliados.
Atualmente, três projetos de lei concentram os
ataques mais significativos ao sindicalismo. Um
aprovado recentemente na Câmara dos Deputados, o PL
1663/2023, que tramita agora no Senado Federal, com
os PLs 2099/2023 e 2830/2023, que seguem a mesma
linha, prevendo mudanças nas estruturas sindicais
que favorecem a enfraquecer as bases de
representação coletiva, a proteção de direitos dos
trabalhadores e que criam um cenário propício a
práticas antissindicais.
O PL 1663/2023, de autoria do deputado Fausto Santos
Jr. (União-AM), que tem como objetivo atualizar
dispositivos ultrapassados da Consolidação das Leis
do Trabalho (CLT), adequando-os à Constituição
Federal e à nova legislação trabalhista vigente
desde a reforma de 2017. O texto recebeu dois
pareceres do relator, deputado Ossesio Silva
(Republicanos-PE): um favorável, na forma de
substitutivo, em relação ao texto original, e outro
pela rejeição das quatro emendas apresentadas.
Dentre essas emendas, foi incorporada a Emenda de
Plenário nº 1, de autoria do deputado Rodrigo
Valadares (União-SE), que gerou controvérsias por
propor a criação de mecanismos digitais para o
cancelamento da contribuição sindical.
A emenda estabelece que o pedido de cancelamento
possa ser feito por meio de portais ou aplicativos
do Governo Federal, como o “gov.br”, por plataformas
digitais mantidas pelos sindicatos, aplicativos de
empresas privadas autorizadas, ou até mesmo via
e-mail. Para garantir a autenticidade, seriam
exigidos mecanismos de validação como certificação
digital (ICP-Brasil), autenticação via “gov.br”,
outras formas eletrônicas legalmente reconhecidas ou
assinatura física acompanhada de documento oficial.
Embora apresentada como medida de modernização, a
proposta traz sérias contradições. Primeiramente,
insere um novo regramento em um projeto que visa
apenas revogar trechos obsoletos da CLT, ampliando
indevidamente o escopo da proposição. Em segundo
lugar, trata de uma matéria já resolvida pela
Reforma Trabalhista: desde 2017, a contribuição
sindical deixou de ser obrigatória, e qualquer
desconto só pode ocorrer mediante autorização prévia
e expressa do trabalhador. Assim, a criação de um
sistema de cancelamento soa redundante, ao pressupor
uma cobrança indevida generalizada que não
corresponde à atual realidade normativa.
E os PLs 2830/2023 e 2099/2023, em especial o
primeiro, que inicialmente tratava de temas
processuais na Justiça do Trabalho, ganhou contornos
com aprovação de uma emenda que igualmente impacta
diretamente a estrutura e organização sindical.
Ambas as propostas, de autoria do senador Styvenson
Valentim (PODEMOS-RN), foram originalmente
concebidas para reduzir de 45 para 15 dias o prazo
para protesto e inscrição de devedores trabalhistas
nos órgãos de proteção ao crédito.
No entanto, o relator da matéria na Comissão de
Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), senador
Rogério Marinho (PL-RN), introduziu mudanças que
modificam profundamente a Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT) no que diz respeito à contribuição
sindical. Entre as alterações, está a ampliação do
direito de oposição dos trabalhadores à cobrança da
contribuição negocial. Na prática, isso incentiva a
não contribuição, mesmo quando os benefícios
negociados em convenções coletivas são usufruídos
por toda a categoria — filiados ou não — ao prever
que o trabalhador poderá manifestar oposição ao
desconto sindical: a) no ato da contratação; b) em
até 60 dias após o início da relação de trabalho ou
no prazo de 60 dias após a assinatura de acordo ou
convenção coletiva; c) ser feita pessoalmente ou por
qualquer meio, inclusive eletrônico.
Além disso, a cobrança de contribuição assistencial
será feita pelo sindicato exclusivamente por meio de
boleto bancário ou arranjo de pagamentos
instantâneos instituído pelo Banco Central do Brasil
(Pix), sendo vedada a atribuição de responsabilidade
ao empregador pelo pagamento, desconto em folha de
pagamento e repasse às entidades sindicais. Exceto a
critério do empregador, e desde que exista previsão
em acordo ou convenção coletiva de trabalho, o
pagamento por meio de desconto em folha da
contribuição poderá ser fixado. E ainda, segundo o
texto, fica vedada a cobrança e o envio de boleto,
ou equivalente, à residência do empregado ou à sede
da empresa, em caso de oposição apresentada pelo
empregado.
A esse contexto se soma a crise enfrentada pelo
Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), marcada
por denúncias de descontos indevidos em benefícios
de aposentados e pensionistas. Embora esses débitos
estejam ligados a falhas administrativas e
operacionais, setores do Parlamento e da mídia têm
tentado transferir a responsabilidade para os
sindicatos. Essa narrativa, desconectada dos fatos,
tem sido usada como justificativa para avançar com
medidas legislativas que restringem ainda mais a
atuação sindical, explorando o desgaste público
gerado por problemas estruturais do sistema
previdenciário.
Diante dessa conjuntura, torna-se urgente uma
resposta coordenada, combativa e propositiva pelo
movimento sindical. É fundamental lançar uma
campanha nacional de valorização do papel das
entidades representativas. A iniciativa deve ter
como foco o combate à desinformação, o resgate da
relevância da representação coletiva, o diálogo com
as novas gerações de trabalhadores — inclusive os
inseridos em vínculos informais — e a promoção de um
diálogo qualificado e permanente no Congresso
Nacional onde o debate tem sido tratado de forma
desqualificada e superficial sobre o papel dos
sindicatos.
A tentativa de desarticulação sindical não é isolada
nem neutra — ela integra uma disputa mais profunda
sobre o modelo de país que está em jogo desde a
reforma trabalhista. Retirar o poder de ação das
entidades sindicais significa limitar a capacidade
de mobilização da classe trabalhadora e, com isso,
abrir espaço para o avanço de pautas regressivas que
se beneficiam da apatia social. Ainda não é um
xeque-mate, pois ainda há tempo para o movimento
sindical movimentar o tabuleiro.
*Jornalista, Analista Político e Diretor de
Documentação do DIAP.
Fonte: Diap

23/06/2025 -
Congresso derruba veto sobre dispensa de revisão
médico-pericial de aposentados por invalidez
O Congresso Nacional derrubou 12 vetos presidenciais
nesta terça-feira (17), entre os quais o veto total
ao projeto que dispensa o aposentado por invalidez e
quem recebe o Benefício de Prestação Continuada
(BPC) de passar por revisão médico-pericial. O
Projeto de Lei 8949/17 agora será publicado como
lei.
A dispensa ocorrerá se a incapacidade for
considerada permanente, irreversível ou
irrecuperável.
O texto também dispensa a revisão pericial, feita
por médico perito do Instituto Nacional do Seguro
Social (INSS), para aposentados por invalidez ou
segurados em gozo do auxílio-doença que tenham mal
de Alzheimer, doença de Parkinson e Esclerose
Lateral Amiotrófica. A medida só não valerá se
houver suspeita de fraude.
Para o deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS), é uma
vergonha o beneficiário de doença definitiva ter de
voltar à perícia para comprovar a condição. "O
perito é ocupado duas vezes, a pessoa perde tempo, o
governo paga duas vezes a perícia, e quem tinha de
fazer a perícia perde a chance de fazer porque um
outro que já fez tem de fazer de novo", afirmou.
O deputado Chico Alencar (Psol-RJ) disse que não tem
cabimento quem estiver com incapacidade confirmada,
periciada e irreversível ser obrigado a fazer
avaliação periódica.
Fonte: Agência Câmara

23/06/2025 -
Julgamento do TST sobre gratuidade vai definir papel
e raio de ação de sindicatos
O julgamento em que o Tribunal Superior do Trabalho
vai definir os requisitos para a concessão da
gratuidade de Justiça a sindicatos tem potencial
para definir a representatividade judicial de parte
dessas entidades e pode promover uma onda de ações
coletivas.
Essa é a opinião da maioria dos especialistas
consultados pela revista eletrônica Consultor
Jurídico sobre o recurso repetitivo que discute o
assunto no TST.
No dia 15 de maio, o tribunal publicou edital para
que interessados se manifestem sobre o julgamento. A
questão discutida é se a concessão do benefício da
justiça gratuita a sindicato depende de prova
inequívoca de que a entidade não pode arcar com as
despesas do processo ou se basta a mera declaração
de hipossuficiência.
O advogado Ricardo Calcini, fundador do Calcini
Advogados, professor do Insper e colunista da ConJur,
explica que se o TST entender que basta uma mera
declaração de hipossuficiência econômica, a decisão
deve fomentar um crescente número de ações
coletivas.
“A confirmar o ajuizamento de novas ações pelos
sindicatos profissionais, as discussões na Justiça
do Trabalho assumirão um importante aspecto
coletivo, em detrimento da ordem individual hoje
preponderante em nosso sistema. Para além disso, na
condição de substituto processual, o sindicato
passará a tutelar direitos transindividuais da
categoria, que não necessariamente são abarcados
pelas ações individuais”, argumenta.
Segundo o especialista, poucos trabalhadores ajuízam
ações individuais após o término da relação
trabalhista, e o número é ainda menor durante a
vigência do pacto laboral. Diante disso, a atuação
coletiva via sindicato garantirá o cumprimento de
questões relacionadas ao meio ambiente do trabalho,
jornada, remuneração, dentre outros direitos sociais
que, não raras vezes, são desrespeitados por não
haver judicialização.
Uniformização necessária
O advogado Sergio Pelcerman, sócio da área trabalhista
do escritório Almeida Prado & Hoffmann, explica que
o julgamento do TST vai pacificar a controvérsia
surgida com a alteração dos artigos 578 e 579 da
CLT, que tornou facultativa a contribuição sindical.
“Isso impactou diretamente as receitas das entidades
sindicais e trouxe à tona a discussão sobre a
capacidade financeira dos sindicatos para suportar
os encargos processuais, sem prejuízo de suas
atividades institucionais”, avalia.
Pelcerman destaca que o recurso tem origem em
demanda ajuizada pelo Sindicato dos Profissionais
que Trabalham com Radiação, Auxiliares,
Ultrassonografia e Xeroradiografia de Minas Gerais,
que pleiteou a gratuidade da justiça.
O pedido formulado pelo sindicato encontra respaldo
no artigo 98 do CPC, que garante o direito à
gratuidade da justiça à pessoa natural ou jurídica
que comprove insuficiência de recursos para custear
as despesas processuais. Soma-se a isso a previsão
contida no artigo 87 do Código de Defesa do
Consumidor e no artigo 18 da Lei da Ação Civil
Pública (Lei 7.347/1985), que asseguram, nas ações
coletivas, isenção de custas e despesas, salvo
comprovada má-fé.
Esses fundamentos vêm sendo acolhidos por parte da
jurisprudência, como exemplifica a Súmula 60 do
Tribunal Regional do Trabalho da 17ª Região (ES). A
norma estabelece que, no exercício da substituição
processual, o sindicato faz jus à gratuidade de
justiça, aplicando-se as regras das ações coletivas,
condicionando-se eventuais condenações por custas e
honorários à demonstração de má-fé da entidade.
“A instauração do incidente pelo TST reflete,
portanto, a necessidade de uniformização da
jurisprudência trabalhista sobre o tema, haja vista
a existência de decisões divergentes, algumas
entendendo que basta a declaração de
hipossuficiência, enquanto outras exigem a efetiva
comprovação da incapacidade financeira da entidade
sindical. Essa definição é particularmente relevante
em razão das mudanças no financiamento sindical,
resultantes do fim da compulsoriedade da
contribuição, que afetou a sustentabilidade
financeira de diversas entidades”, diz.
Interesse coletivo
A advogada Evely Cavalcanti, do Serur Advogados,
acredita que o julgamento terá impactos relevantes,
já que a tese a ser firmada terá efeitos vinculantes
e influenciará diretamente a atuação dos sindicatos
em litígios coletivos.
“A tese vinculante no referido incidente terá
impacto e efeitos diretos sobre a atuação das
entidades sindicais no âmbito da Justiça do
Trabalho, notadamente nas demandas em que exercem a
substituição processual, quando representam os
interesses da categoria de trabalhadores,
independentemente de autorização expressa dos
substituídos”.
Opinião parecida tem Ana Carolina Aspar, do
escritório Gaia Silva Gaede Advogados. Apesar de ser
uma entidade jurídica de Direito Privado, ressalta,
os sindicatos, quando atuam em nome de Direito
Coletivo, ganham uma roupagem semelhante ao do
Ministério Público, no que diz respeito a defesa de
direitos homogêneos.
“Para o futuro, na ocasião de o TST pacificar o
entendimento de que haverá presunção de veracidade
quanto a alegação do sindicato de insuficiência de
recursos, é importante destacar que essa discussão
está restrita à ocasião em que os sindicatos
defendem direitos coletivos, isto é, não é qualquer
atuação sindical que terá a regra aplicada”,
esclarece.
O julgamento ainda não tem data definida, mas a
expectativa é que ele ocorra até a mudança da gestão
do TST, que ocorre em outubro.
Processo 0010502-23.2022.5.03.0097
Fonte: Consultor Jurídico

23/06/2025 -
Governo reserva 8% das contratações para mulheres
vítimas de violência
Decreto obriga inclusão de mulheres em situação
de violência em contratos públicos com dedicação
exclusiva.
O governo federal publicou nesta quarta-feira (18)
um decreto que determina a reserva de pelo menos 8%
das vagas de contratos públicos com dedicação
exclusiva de mão de obra para mulheres vítimas de
violência doméstica. A medida vale para licitações e
contratações diretas no âmbito da administração
pública federal.
A norma busca promover a inclusão social e econômica
dessas mulheres. O texto atualiza a Lei de
Licitações, de 2021.
Critérios de inclusão e sigilo
A nova regra prevê que a reserva de vagas também
abrange mulheres trans e travestis, e será
priorizada conforme a proporção de pretas e pardas
no estado onde o serviço for prestado. A indicação
das beneficiárias caberá às unidades responsáveis
pelas políticas de atenção a vítimas, por meio de
acordos de adesão com os ministérios da Gestão e das
Mulheres.
As empresas contratadas e os órgãos públicos não
poderão exigir das candidatas documentos que
comprovem a condição de violência. O sigilo das
informações será garantido por cláusulas específicas
nos acordos.
Fonte: Congresso em Foco

18/06/2025 -
Nova Central protesta contra juros altos em São
Paulo
Na manhã desta terça-feira (17), a Nova Central
Sindical de Trabalhadores (NCST) participou
ativamente de um ato unificado das centrais
sindicais em frente à sede do Banco Central, na
Avenida Paulista, em São Paulo. A manifestação teve
como principal objetivo cobrar a redução imediata da
Taxa Selic, que segue em 14,75% ao ano, um patamar
considerado abusivo pelos representantes dos
trabalhadores.
A Nova Central, ao lado das centrais Força Sindical,
CUT, UGT, CTB e CSB, reforçou a urgência da redução
dos juros como medida essencial para estimular a
produção, o consumo e a geração de empregos.
Durante o ato, o presidente da NCST São Paulo, Luiz
Gonçalves (Luizinho), manifestou com firmeza a
insatisfação da entidade com os rumos da política
econômica do país: “Estou aqui para externar toda a
minha indignação com os banqueiros, que continuam
lucrando com uma Selic de 14,75% ao ano! Enquanto
isso, o povo trabalhador sofre com crédito caro,
desemprego e dificuldade para manter a dignidade. E
o Congresso Nacional segue sem cortar seus próprios
gastos ou reduzir o IOF. Basta! Chega de juros
abusivos! A Nova Central não se calará diante dessa
injustiça. Estamos nas ruas exigindo respeito ao
povo brasileiro.”
Com faixas, cartazes e palavras de ordem, a
mobilização demonstrou a união e a força das
entidades sindicais na luta por uma economia mais
justa e voltada aos interesses da população.
Fonte: NCST

18/06/2025 -
Nota: Entrevista com Rei do Ovo reproduz estigmas,
preconceitos e desinformação
A entrevista do magnata do agro, Ricardo Faria, ou o
Rei do Ovo, no jornal Folha de São Paulo, nesta
segunda-feira (16), é um exemplo cabal da
mentalidade de uma elite partidária do atraso.
Um dos homens mais ricos do país, o empresário
encarna a caricatura do velho patrão que acumula
riqueza às custas da exploração e despreza o
compromisso social.
Ao afirmar que “os jovens não querem mais ter
relação trabalhista formal, carteira assinada” e que
“as pessoas estão viciadas no Bolsa Família”, Faria
não apenas reproduz estigmas e preconceitos — ele
espalha distorções perigosas e desrespeitosas.
Em primeiro lugar, trata-se de uma visão equivocada
sobre o trabalho formal. A história brasileira
demonstra que os direitos trabalhistas foram
instrumentos fundamentais de mobilidade social,
alçando milhões à classe média e sustentando
políticas públicas por meio da arrecadação
tributária e previdenciária. A juventude pode, sim,
desejar mais liberdade — e isso não é incompatível
com emprego formal, digno, com todos os direitos.
Pelo contrário: é justamente por meio da valorização
do trabalho que se constrói uma sociedade justa,
estável e próspera. E isso é plenamente possível em
um país rico como o Brasil.
Em segundo lugar, a fala sobre o Bolsa Família é não
apenas ofensiva, mas profundamente desinformada. O
programa é uma das mais bem-sucedidas políticas
sociais do mundo, responsável por tirar milhões de
brasileiros da miséria, da fome e da marginalização.
Seus impactos positivos são comprovados. Como
revelou matéria do jornal Valor Econômico
(20/08/2024), assinada pelos jornalistas Estevão
Taiar e Guilherme Pimenta, “quase dois terços dos
dependentes dos beneficiários do Bolsa Família não
faziam parte, uma década e meia depois de integrarem
o programa pela primeira vez, de nenhum programa
social do governo federal. Além disso,
aproximadamente metade desses dependentes atuou,
pelo menos uma vez, como trabalhadores formais nos
anos seguintes”.
A armadilha ideológica embutida no discurso de Faria
consiste em opor direitos e programas sociais ao
desenvolvimento econômico — como se fossem
excludentes. Essa é uma visão cínica e perversa,
própria de quem quer perpetuar a pobreza para manter
um exército de trabalhadores precarizados e baratos,
à disposição de capitalistas que ainda vivem com a
cabeça no século XIX. Isso, sim, é o retrato do
atraso.
Por fim, perguntamos: manterá a Folha de S. Paulo
seu compromisso com o pluralismo e a democracia,
oferecendo aos leitores um contraponto qualificado
que apresente os benefícios concretos dos programas
sociais e dos direitos trabalhistas como motores de
um desenvolvimento justo, sustentável e
verdadeiramente inclusivo?
São Paulo, 16 de junho de 2025
Moacyr Tesch Auersvald, presidente da NCST (Nova
Central Sindical de Trabalhadores)
Sérgio Nobre, presidente da CUT (Central Única dos
Trabalhadores)
Miguel Torres, presidente da Força Sindical
Ricardo Patah, presidente da UGT (União Geral dos
Trabalhadores)
Adilson Araújo, presidente da CTB (Central dos
Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)
Antonio Neto, presidente da CSB (Central dos
Sindicatos Brasileiros)
Fonte: NCST

18/06/2025 -
Governo assumiu compromisso com corte de despesas,
diz Hugo
Presidente da Câmara relatou acerto com Executivo
na construção do ajuste fiscal.
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta
(Republicanos-PB), afirmou na segunda-feira (16) que
o governo se comprometeu a apresentar uma agenda de
corte de despesas. Segundo ele, o Executivo entendeu
a insatisfação do Parlamento com medidas que
priorizam o aumento de arrecadação. "O que há do
governo é um compromisso de apresentar uma agenda de
propostas sobre o corte de despesas, nós estamos
aguardando", disse.
A declaração foi feita após reunião do Colégio de
Líderes, que também confirmou a inclusão em pauta do
requerimento de urgência para projeto de decreto
legislativo que derruba o recente aumento do Imposto
sobre Operações Financeiras (IOF). Para Hugo, o
compromisso com o ajuste fiscal deve ser construído
em conjunto. "Não tem como se ter agenda de corte de
gastos no Brasil que o Executivo não participe. O
Legislativo está aqui pronto para apoiar, para
discutir."
O deputado afirma que o Congresso quer protagonizar
uma discussão estruturante, sem sacrificar o setor
produtivo. "O Brasil precisa continuar fazendo um
trabalho de transformação social, mas sem também
penalizar quem produz, quem gera emprego, quem gera
renda", afirmou.
Segundo Hugo Motta, "o governo está cada vez mais
compreendendo essa mensagem". Ele mencionou as
conversas que manteve com o presidente Lula e
ministros desde o fim de semana, destacando que há
disposição para diálogo contínuo.
O presidente da Câmara defendeu a postura do
Parlamento ao longo dos dois anos e meio de governo.
"O Congresso demonstrou muita responsabilidade com a
economia, responsabilidade com o país", disse. Para
ele, a lealdade entre os poderes inclui o direito de
discordar de propostas que não atendem ao interesse
público.
Fonte: Congresso em Foco

18/06/2025 -
Economia cresce, inflação cai e mercado refaz
projeções
Atividade econômica avança 0,2% e inflação
desacelera para 0,26% em abril. Cenário positivo
leva setor financeiro a novamente recalibrar
projeções do PIB para 2,2% em 2025
Contrariando mais uma vez o pessimismo do mercado, a
atividade econômica brasileira teve nova alta, de
0,2% em abril, fechando o quarto mês consecutivo de
avanço. No acumulado do ano, o indicador cresceu
3,5% e, em 12 meses, 4%. Quando comparado a abril do
ano passado, o aumento foi 2,5%. Os dados fazem
parte do Índice de Atividade Econômica do Banco
Central (IBC-Br), divulgados nesta segunda-feira
(16).
Outra informação relevante desse início de semana
foi a desaceleração da inflação, que fechou maio em
0,26%, ante 0,46% em abril. No acumulado em 12
meses, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor
Amplo), divulgado pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), soma 5,32%.
Os dados positivos que vêm marcando a economia
brasileira também fizeram com que, mais uma vez, o
Boletim Focus, do Banco Central, trouxesse nova
revisão de expectativas do setor financeiro na
edição desta segunda (16).
Pela segunda semana seguida, a evolução do Produto
Interno Bruto (PIB) foi reavaliada — e novamente,
ficou acima do projetado anteriormente. Se há uma
semana a expectativa de crescimento para 2025 era de
2,18%, agora passou para 2,20%.
Há quatro semanas, a expectativa de crescimento
estava em 2,02%. Para 2026, espera-se um PIB de
1,83% e de 2% em 2027.
Boa parte do resultado alcançado agora diz respeito
ao crescimento da agropecuária, que contribuiu para
um avanço de 1,4% da economia no primeiro trimestre
deste ano. Em 2024, o PIB fechou com alta de 3,4%. O
resultado representa o quarto ano seguido de
crescimento.
O mercado também reconsiderou sua projeção
inflacionária. A estimativa para o IPCA é de 5,25%
para este ano; há uma semana, o índice projetado era
de 5,44%. Para 2026 e 2027, as projeções permanecem
estáveis, em 4,5% e 4%, respectivamente.
Fonte: Portal Vermelho

18/06/2025 -
Negociação coletiva em favor da juventude: MTE e
DIEESE lançam terceiro boletim da série Boas
Práticas
Nova edição reúne cláusulas que promovem o
trabalho decente para jovens e reforçam a
importância do diálogo social na ampliação de
direitos e oportunidades
O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), em
parceria com o Departamento Intersindical de
Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE),
divulgou na segunda-feira (16) a terceira edição da
série Boas Práticas nas Negociações Coletivas. O
boletim destaca cláusulas voltadas à promoção de
direitos para a juventude, evidenciando o papel
estratégico da negociação coletiva na construção de
oportunidades e na garantia do trabalho decente para
jovens.
De acordo com a coordenadora-geral de Relações do
Trabalho, Rafaele Rodrigues, os boletins têm como
objetivo dar visibilidade a experiências concretas
viabilizadas pelo diálogo social, evidenciando o
potencial das negociações coletivas para promover
justiça social, diversidade e sustentabilidade nas
relações de trabalho. “As negociações permitem
avançar em temas fundamentais como a melhoria das
condições laborais, a redução das desigualdades, o
fortalecimento do trabalho decente, a inovação
social, a proteção ambiental e o protagonismo dos
trabalhadores”, destaca.
A publicação apresenta 15 exemplos de cláusulas
incluídas em acordos e convenções coletivas firmadas
em diferentes regiões do país, que ampliam direitos,
incentivam a formação profissional e fortalecem a
permanência dos jovens no mundo do trabalho. Os
temas abordados incluem abono de faltas para
estudantes, estímulo à contratação de aprendizes e
estagiários, proteção a jovens convocados para o
serviço militar obrigatório e políticas voltadas à
qualificação profissional.
Dados do Sistema Mediador indicam que, em 2023,
aproximadamente 47% das negociações coletivas
registradas incluíram ao menos uma cláusula voltada
à juventude. A maior parte dessas cláusulas trata do
abono de faltas para a realização de provas
escolares, mas também há iniciativas que promovem a
contratação de jovens por meio de cotas, ampliam
direitos e flexibilizam jornadas de trabalho,
facilitando a conciliação entre estudo e emprego.
O boletim ressalta que a inserção dos jovens no
mercado de trabalho no Brasil ainda enfrenta
desigualdades estruturais, como o elevado índice de
desemprego e a prevalência da informalidade. Nesse
contexto, a atuação sindical desempenha um papel
essencial ao propor instrumentos concretos que
contribuem para a inclusão produtiva com direitos e
oportunidades.
A série Boas Práticas nas Negociações Coletivas tem
como objetivo identificar e divulgar experiências
bem-sucedidas de diálogo entre sindicatos laborais e
patronais que resultam em avanços concretos para
diferentes segmentos de trabalhadores. Ao dar
visibilidade a essas iniciativas, o MTE e o DIEESE
buscam inspirar novos acordos que fortaleçam
relações de trabalho mais justas, inclusivas e
democráticas.
Acesse
aqui os últimos boletins divulgados, que
apresenta 15 exemplos de cláusulas firmadas em 2023
e reafirma o compromisso com a transformação social
por meio da negociação coletiva.
Fonte: MTE

17/06/2025 -
Rendimento médio dos brasileiros chega a R$ 3.270
Segundo o Dieese, é o maior valor já registrado
no país
O rendimento médio dos brasileiros chegou a R$ 3.270
no quarto trimestre de 2024, o maior já registrado
no país. Os dados, divulgados nesta sexta-feira
(13), são do boletim Emprego em Pauta, do
Departamento Intersindical de Estatística e Estudos
Socioeconômicos (Dieese).
De acordo com o levantamento, entre 2014 e 2022, o
rendimento médio no país manteve-se praticamente
estável, com exceção dos anos 2020 e 2021,
impactados pela crise pandêmica. No entanto, de 2022
até 2024, houve aumento de 7,5% no rendimento médio
das pessoas ocupadas, que chegou a R$ 3.270 mensais
no quarto trimestre de 2024.
O boletim destaca porém que, embora o crescimento
médio do rendimento tenha ficado em torno de 7,5%,
entre 2022 e 2024, para todas as faixas de renda, os
que ganhavam menos foram menos beneficiados. Para os
ocupados com os menores rendimentos, o aumento foi
equivalente a R$ 76 mensais. Já para os 10% com
maiores rendimentos, o ganho foi 12 vezes maior: de
R$ 901 mensais.
O levantamento mostra ainda que quase um terço dos
ocupados, no último trimestre de 2024, continuava a
receber, no máximo, um salário mínimo, enquanto os
preços de itens básicos de consumo cresciam em ritmo
mais acelerado do que a média da inflação, afetando
diretamente os mais pobres.
“Por isso, políticas que incentivem a criação de
empregos formais, a valorização do salário mínimo e
o uso de instrumentos de negociação coletiva são
fundamentais para a melhoria da vida dos
brasileiros”, destaca o texto.
Fonte: Agência Brasil

17/06/2025 -
Gilmar propõe veto a cobrança retroativa de
contribuição de não sindicalizados
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal
Federal, propôs ao Plenário da corte o veto à
cobrança retroativa da contribuição assistencial
imposta por acordo ou convenção coletivos a
trabalhadores não sindicalizados.
A proposta foi feita no julgamento de embargos de
declaração opostos contra o acórdão em que o STF
decidiu, em 2023, que essa contribuição é válida,
desde que seja assegurado aos empregados o direito
de oposição.
O julgamento foi iniciado nesta sexta-feira (13/6) e
tem previsão de conclusão no próximo dia 24. Até o
momento, acompanhou o relator o ministro Alexandre
de Moraes.
Cobrança de não sindicalizados
Trata-se da modulação temporal dos efeitos da decisão
do STF. Ela vale apenas a partir do momento em que a
corte decidiu pela legitimidade da cobrança.
A modulação é necessária porque, em 2017, no mesmo
processo, o tribunal decidiu pela
inconstitucionalidade da instituição de
contribuições compulsórias do tipo a empregados não
sindicalizados.
Contra esse acórdão houve embargos de declaração,
julgados presencialmente e concluídos em 2023,
quando houve a mudança dessa posição. Assim,
empregados não sindicalizados passaram cinco anos
sem recolher contribuição assistencial.
“O reconhecimento da constitucionalidade da
contribuição não autoriza a cobrança retroativa dos
empregados não sindicalizados durante o período em
que reconhecida sua inconstitucionalidade por força
de decisão do STF, posteriormente retificada, tendo
em vista os princípios da segurança jurídica e
confiança legítima”, disse Gilmar.
Direito de oposição
O voto do relator ainda acolheu pedidos dos
embargantes. O primeiro é para assentar a
impossibilidade de terceiros interferirem no livre
exercício do direito de oposição garantido aos
trabalhadores não sindicalizados.
Com a decisão de 2023 que autorizou a cobrança sobre
eles, tornou-se necessária uma assembleia para
garantir a ampla divulgação do tema e, a partir daí,
assegurar que o não sindicalizado possa se opor.
A Procuradoria-Geral da República, então, apontou ao
STF o risco de intervenção por parte do empregador.
Já o relator acrescentou notícias de que sindicatos
têm imposto obstáculos ao exercício da oposição, por
meio de sites instáveis ou prazos extremamente
reduzidos.
“Diante disso, é fundamental registrar expressamente
que é indevida qualquer intervenção de terceiros,
sejam empregadores ou sindicatos, com o objetivo de
dificultar ou limitar o direito de livre oposição ao
pagamento da contribuição assistencial”, disse o
ministro.
“É imprescindível, ainda, que os trabalhadores
disponham de meios acessíveis e eficazes para
formalizar sua oposição, assegurando-lhes o uso dos
mesmos canais disponíveis para a sindicalização.”
Valores razoáveis
Por fim, Gilmar acolheu um pedido da PGR para que seja
estabelecido que o valor da contribuição
assistencial deve ser fixado em patamar razoável e
compatível com a capacidade econômica da categoria.
“A definição do valor da contribuição assistencial
deve ser construída de forma transparente e
democrática, fundamentada nas reais necessidades
sindicais e deliberada em assembleia, sempre
buscando o equilíbrio entre o custeio das atividades
e o respeito aos direitos fundamentais dos
trabalhadores.”
Clique
aqui para ler o voto de Gilmar Mendes
ARE 1.018.459
Fonte: Consultor Jurídico

17/06/2025 -
Comissão promove debate sobre alteração na
legislação do Imposto de Renda
A Comissão Especial da Câmara dos Deputados que
analisa o projeto que altera a legislação do Imposto
de Renda (PL 1087/25) realiza audiência pública
nesta terça-feira (17), às 9h30, no plenário 8. O
debate atende a pedido do deputado Arthur Lira
(PP-AL), relator do projeto.
Conforme Lira, a iniciativa impacta diretamente os
contribuintes, as empresas, os entes federativos e o
mercado financeiro. "A realização da audiência
pública com a participação de especialistas e de
representantes de entidades relevantes permitirá um
debate qualificado e plural sobre os possíveis
efeitos da proposta, contribuindo para o
aperfeiçoamento legislativo e para a construção de
soluções equilibradas e justas para o sistema
tributário nacional", afirma.
Conheça a proposta
O PL 1087/25 aumenta o limite de isenção do Imposto de
Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês, a partir
de 2026. A proposta do governo é compensar a isenção
para quem ganha menos – que deve custar R$ 25,8
bilhões por ano – aumentando a taxação sobre quem
ganha mais de R$ 600 mil por ano.
Segundo o Ministério da Fazenda, a medida atingirá
0,13% dos contribuintes, que hoje pagam, em média,
2,54% de Imposto de Renda. Essa é a alíquota
efetiva, ou seja, após as deduções legais.
Cronograma
A comissão especial foi instalada no dia 6 de maio e é
presidida pelo deputado Rubens Pereira Júnior (PT-MA),
vice-líder do governo. O colegiado é composto por 34
membros titulares e igual número de suplentes.
Pelo cronograma proposto por Arthur Lira, o
relatório deve ser apresentado no dia 27 de junho, e
a votação na comissão está prevista para o dia 16 de
julho.
Fonte: Agência Câmara

17/06/2025 -
Economia brasileira avançou 0,2% em abril, diz
prévia do Banco Central
Considerado pelo mercado como uma prévia do PIB,
o IBC-Br teve desempenho positivo nos quatro
primeiros meses de 2025.
A economia brasileira avançou 0,2% em abril de 2025,
segundo o IBC-Br do mês. O índice, divulgado pelo
Banco Central nesta segunda-feira (16), é
considerado pelo mercado como uma prévia do Produto
Interno Bruto (PIB).
O resultado desacelerou em comparação com março,
quando a prévia do PIB tinha avançado 0,8%.
No mês, a alta veio do setor de serviços, que
compensou a retração na indústria e na agropecuária.
O índice também indica um crescimento de 4% na
atividade econômica nos últimos 12 meses.
Com as altas sucessivas em 2025, o IBC-Br também
retomou, nesse mês, o patamar de atividade econômica
mais alto da série histórica. Isso significa que ele
se recuperou das quedas registradas no segundo
semestre de 2024, quando a economia esfriou.
Fonte: Congresso em Foco

17/06/2025 -
Comissão atrela aprovação da isenção do IR ao
aumento de vagas para deputado
Em troca de aprovar o projeto, os parlamentares
agora não só resistem em compensar a medida com o
imposto maior para os mais ricos, mas também fazem
novas exigências
A Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso
aprovou, na quinta-feira (12), uma proposta do
governo federal que viabiliza a votação do projeto
que isenta o pagamento do Imposto de Renda (IR) para
quem ganha até R$ 5 mil e prevê desconto até R$ 7
mil.
Contudo, parlamentares incluíram na matéria dois
“jabutis” (jargão político dado a trechos colocados
em projetos que não têm relação com o tema) que
atrelaram no mesmo projeto o aumento de vagas na
Câmara dos Deputados e o retorno do chamado
orçamento secreto.
O objetivo central da matéria era somente alterar a
Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para que,
quando o projeto principal do IR for votado, seja
válido definitivamente e não cinco anos como
estabelece a atual legislação.
A inclusão dos “jabutis” soa como uma chantagem. Em
troca de aprovar o projeto de aprovar a isenção, os
parlamentares agora não só resistem em compensar a
medida com o imposto maior para os mais ricos, mas
também fazem novas exigências.
Isso demonstra que o governo terá uma batalha pela
frente para beneficiar 10 milhões de pessoas que
recebem até R$ 5 mil por mês. Outros 5 milhões, que
ganham entre R$ 5 mil e R$ 7 mil, terão redução no
valor pago.
Para fechar a conta, com justiça tributária sem
aumento de arrecadação, o projeto propõe a taxação
de apenas 141 mil pessoas que recebem mais de R$ 50
mil por mês ou R$ 600 mil por ano.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, diz que a
medida representa uma renúncia fiscal de
aproximadamente R$ 30 bilhões, valor que será
compensado com a tributação mais justa da camada
mais rica da população.
“Nós descobrimos 141 mil brasileiros que têm uma
renda superior a R$ 600 mil, mas na verdade a gente
está pegando na faixa de R$ 1 milhão. O cara que tem
R$ 1 milhão de renda anual e não paga nem 10% de
Imposto de Renda, que é alíquota que uma professora
de escola pública paga”, lembrou.
Fonte: Portal Vermelho

17/06/2025 -
CPMI do INSS deverá ser instalada nesta terça-feira
Comissão deverá ser presidida pelo senador Omar
Aziz; relatoria ficará com o PL, que avalia indicar
Coronel Crisóstomo ou Coronel Fernanda
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP),
deverá formalizar nesta terça-feira (17) a leitura
do requerimento que institui a Comissão Parlamentar
Mista de Inquérito (CPMI), destaca a jornalista
Tainá Falcão em sua coluna na CNN Brasil. O líder do
PSD no Senado, Omar Aziz (AM), é o nome indicado
para presidir os trabalhos do colegiado.
A relatoria será destinada ao Partido Liberal (PL),
que ainda discute se indicará o deputado Coronel
Crisóstomo (PL-RO) — responsável por articular as
assinaturas para criação de uma CPI na Câmara — ou a
deputada Coronel Fernanda (PL-MT), que teve
protagonismo na coleta de apoio para a versão mista
da comissão.
A CPMI seria inicialmente instalada em 27 de maio,
durante sessão do Congresso Nacional. No entanto,
diante da falta de acordo sobre a apreciação dos
vetos presidenciais, Alcolumbre optou por adiar a
convocação para 17 de junho. A decisão, na prática,
favoreceu o Palácio do Planalto, que ganhou tempo
para organizar sua estratégia de atuação diante do
avanço da comissão.
A movimentação foi reforçada após o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva PT) conversar com o senador
sobre o processo. A partir daí, líderes governistas
passaram a reconhecer que a instalação da CPMI se
tornara “irreversível” e que caberia ao governo
montar uma base experiente para enfrentar os debates
e embates.
Para além da indicação de Omar Aziz, a base
governista trabalha com a possibilidade de reforçar
sua representação com nomes já testados em comissões
anteriores. A chamada “tropa de choque” do governo
incluiria os senadores Randolfe Rodrigues (PT-AP),
Jaques Wagner (PT-BA) e Fabiano Contarato (PT-ES),
todos com atuação destacada na CPI da Covid.
Fonte: Brasil247

16/06/2025 -
Centrais Sindicais repudiam interferência dos EUA na
OIT
Desde a posse do presidente dos EUA, Donald Trump, a
sua escalada autoritária acontece todos os dias e
não parece parar visto o envio de tropas federais
para inibir os protestos na Califórnia.
A última é que representantes dos trabalhadores dos
EUA não puderam participar da delegação oficial do
país na 113ª Conferência Internacional do Trabalho
da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Confira na íntegra a nota das centrais:
Nota de Solidariedade aos Trabalhadores
Norte-americanos
As Centrais Sindicais brasileiras expressam sua
solidariedade aos trabalhadores e trabalhadoras dos
Estados Unidos da América que, por ação direta e
autoritária do Governo Donald Trump, foram impedidos
de compor a delegação oficial de trabalhadores
norte-americanos na 113ª Conferência Internacional
do Trabalho da Organização Internacional do Trabalho
(OIT), em Genebra.
Essa manobra, que excluiu deliberadamente entidades
historicamente representativas e legitimas do
movimento sindical dos Estados Unidos, constitui uma
violação flagrante à liberdade sindical e autonomia
do movimento sindical. Trata-se de um ataque não
apenas ao sindicalismo norte-americano, mas a todo o
sistema internacional de diálogo social e cooperação
tripartite.
A Conferência da OIT é um espaço plural, construído
sobre os pilares da democracia, da independência
entre governo, trabalhadores e empregadores e do
reconhecimento da representatividade de base. A
tentativa de capturar a representação sindical por
critérios de afinidade ideológica com o governo de
plantão, substituindo o princípio da autonomia
sindical por urna lógica de aparelhamento político,
é inaceitável — e precisa ser denunciada como o que
e. um grave retrocesso democrático.
Diante disso, as Centrais Sindicais do Brasil
conclamam a Organização Internacional do Trabalho a
adotar providências concretas para preservar a
integridade do sistema tripartite e assegurar a
presença de entidades que de fato representem os
trabalhadores em seus países, em conformidade com os
princípios fundadores da OIT e o espírito
democrático que deve nortear suas conferências.
A solidariedade internacional é um valor
irrenunciável do movimento sindical. Defender a
autonomia dos trabalhadores norte-americanos é,
neste momento, defender a democracia sindical em
todo o mundo.
Genebra, 11 de junho de 2025
Central Única dos Trabalhadores (CUT)
Força Sindical (FS)
União Geral dos Trabalhadores (UGT)
Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil
(CTB)
Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST)
Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB)
Fonte: Rádio Peão Brasil

16/06/2025 -
Governo pede aval do STF para crédito a vítimas de
fraude no INSS
AGU solicita autorização para ressarcir
aposentados com verba fora do teto de gastos.
O governo federal pediu ao Supremo Tribunal Federal
(STF) autorização para abrir crédito extraordinário
e garantir o ressarcimento de aposentados e
pensionistas lesados por fraudes em descontos
associativos feitos no INSS. Na ação, a
Advocacia-Geral da União (AGU) defende que a despesa
seja excluída dos limites de gasto previstos na
legislação fiscal para os anos de 2025 e 2026.
A AGU solicita "a exclusão dessa respectiva dotação
orçamentária dos limites fiscais de gastos do
governo federal para os anos de 2025 e 2026". O
modelo sugerido segue a lógica usada em decisões
anteriores, como no amparo às vítimas das enchentes
do Rio Grande do Sul.
Além disso, a AGU quer suspender temporariamente os
prazos de prescrição para que os beneficiários não
percam o direito ao reembolso enquanto aguardam uma
solução administrativa. "A medida tem o objetivo de
proteger os segurados e possibilitar que eles
aguardem a restituição dos valores pela via
administrativa, sem a necessidade de ingresso com
ações no Judiciário", diz o texto.
Decisões conflitantes e risco ao orçamento
A AGU também contesta decisões judiciais que impõem à
União e ao INSS responsabilidades consideradas
indevidas pelos atos fraudulentos. Algumas dessas
decisões, afirma o órgão, têm resultado em cobranças
de pagamento em dobro aos segurados, com base no
Código de Defesa do Consumidor, o que "viola o
princípio da legalidade, uma vez que as atividades
administrativas em questão não atraem o regime do
Código de Defesa do Consumidor".
Para evitar um colapso administrativo e fiscal, a
AGU quer que o STF suspenda o andamento dos
processos judiciais e das decisões judiciais que
tratam da responsabilização da União e do INSS pelos
descontos indevidos decorrentes da fraude.
O advogado-geral da União, Jorge Messias, afirma que
o objetivo é proteger os aposentados e evitar um
cenário de judicialização prolongada. "É muito
importante que seja conferida uma solução célere e
definitiva pelo STF, a fim de proteger nossos
aposentados, permitir a restituição administrativa
de forma eficaz e segura e evitar que milhões de
ações sejam ajuizadas para tramitarem por anos e
anos no Judiciário".
Fonte: Congresso em Foco

16/06/2025 -
TST recebe manifestações sobre limites da atuação de
sindicato como substituto processual
Matéria será julgada como recurso repetitivo,
para fixação de tese vinculante
O Tribunal Superior do Trabalho publicou, na
quarta-feira (11), um edital em que abre prazo de 15
dias para que pessoas, órgãos ou entidades
interessados apresentem manifestação escrita ou
peçam para apresentar seus pontos de vista no
julgamento da seguinte questão jurídica:
“1. O Sindicato possui legitimidade para defender,
na fase de conhecimento ou execução, direitos
inerentes aos integrantes da categoria que
representa em ação individual, coletiva ou ação
civil pública?
2. A quantificação e/ou individualização dos direitos
devidos a cada substituído afasta a legitimidade
sindical?”
O tema é tratado no IncJulgRREmbRep–0002061-71.2019.5.09.0653,
e a tese jurídica a ser fixada no julgamento deverá
ser observada em todas as instâncias da Justiça do
Trabalho.
Caso concreto envolve apenas um trabalhador
O caso concreto é uma reclamação trabalhista
apresentada pelo Sindicato dos Empregados em
Estabelecimentos Bancários de Apucarana e Região
contra o Itaú Unibanco, em nome de apenas um
empregado, oriundo do Banco do Estado do Paraná (Banestado).
A pretensão é o pagamento de diferenças salariais
decorrentes de progressões funcionais que deixaram
de ser aplicadas pelo Itaú depois da privatização do
Banestado.
Na ação, o sindicato explica que atua como
substituto processual da categoria e que, após um
minucioso levantamento, constatou que havia somente
um trabalhador enquadrado na causa que motivou o
pedido.
O processo foi extinto pela Vara do Trabalho de
Arapongas (PR), que concluiu que, embora o sindicato
pretendesse o acolhimento de uma tese jurídica
geral, que beneficiaria outros empregados na mesma
situação, o caso só poderia ser analisado numa ação
individual, em razão de suas peculiaridades. A
sentença foi mantida pelo Tribunal Regional do
Trabalho da 9ª Região.
Ao analisar o recurso de revista do sindicato, a
Sétima Turma do TST propôs que a matéria fosse
submetida ao rito dos recursos repetitivos, a fim de
que fosse firmado um precedente vinculante, a ser
observado por toda a Justiça do Trabalho. A proposta
foi aceita em dezembro de 2024.
Leia a íntegra do edital.
Fonte: TST

16/06/2025 -
Câmara quer acelerar votação da atualização da
tabela do IR
Projeto do líder do governo na Câmara será
relatado por Arthur Lira. Proposta incorpora efeitos
da medida provisória que trata do assunto e corre
risco de não ser votada.
A Câmara deve votar na semana pedido de urgência
para acelerar a votação do projeto (PL 2.692/25) que
atualiza os valores da tabela progressiva mensal do
Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF). A
proposta, de autoria do deputado José Guimarães
(PT-CE), que é líder do governo, incorpora os
efeitos da Medida Provisória nº 1.294/25, ampliando
o valor da faixa de isenção. Se o requerimento for
aprovado, o texto poderá ser submetido ao plenário
sem passar por comissões.
A principal alteração é o reajuste da primeira faixa
da tabela, aquela que define o limite de isenção de
imposto. Se aprovado, o novo teto da alíquota zero
passará de R$ 2.259,20 para R$ 2.428,80, um aumento
de 7,507%. Como a comissão mista que deveria
analisar a MP não foi sequer instalada, a intenção
dos parlamentares é aprovar o projeto de lei para
que as regras continuem a valer. O prazo para votar
uma medida provisória é de até 120 dias.
O texto será relatado pelo deputado Arthur Lira
(PP-AL), que também relata outra proposta ligado ao
IR, a que isenta quem recebe até R$ 5 mil por mês.
Este projeto, no entanto, ainda está sob análise de
comissão especial.
Confira a tabela do IR conforme o projeto de José
Guimarães que incorpora a MP 1.294/25:
Faixa de Renda (R$) | Alíquota (%) | Parcela a
Deduzir (R$)
| Até 2.428,80 | 0% | 0,00 |
| De 2.428,81 até 2.826,65 | 7,5% | 182,16 |
| De 2.826,66 até 3.751,05 | 15% | 394,16 |
| De 3.751,06 até 4.664,68 | 22,5% | 675,49 |
| Acima de 4.664,68 | 27,5% | 908,73 |
Além disso, segundo o texto, os contribuintes com
renda mensal de até R$ 3.036,00 continuarão isentos
de IRPF, graças à combinação entre o novo limite de
faixa e o desconto simplificado autorizado por norma
da Receita Federal.
Segundo estimativas da Receita Federal incluídas
na justificativa do projeto:
- Em 2025, a medida pode gerar renúncia fiscal de R$
3,29 bilhões.
- Em 2026, o impacto previsto é de R$ 5,34 bilhões.
- Em 2027, a projeção é de R$ 5,73 bilhões.
Esses valores já foram considerados no Projeto de Lei
Orçamentária nº 1.087/2025, o que, segundo o autor,
dispensa compensações adicionais exigidas pela Lei
de Responsabilidade Fiscal.
A Câmara dos Deputados deve votar na próxima semana
o pedido de urgência do projeto de lei que amplia a
faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) para
pessoas físicas com renda mensal de até R$ 5 mil. A
medida pode beneficiar até 90 milhões de
brasileiros, segundo estimativas do governo.
Isenção para até R$ 5 mil
Também sob relatoria de Arthur Lira em comissão
especial, o projeto que isenta quem ganha até R$ 5
mil por mês ainda causa polêmica entre prefeitos e
goverandores, que reclamam da perda de receita caso
a medida prospere.
"Não teria nem apoio mínimo no Plenário da Câmara,
ainda mais no Senado, se houver a perspectiva de que
estados e municípios estarão perdendo recursos com a
isenção do IR", afirmou Lira após reunião com o
ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no fim de
maio.
Para evitar esse impacto negativo, governo e Câmara
trabalham na construção de uma base de cálculo que
garanta compensações adequadas. Um dos principais
caminhos estudados é a revisão de incentivos
fiscais, que somam atualmente cerca de R$ 600
bilhões.
Desonerações sob revisão
Segundo Lira, há a possibilidade de uma redução linear
nas desonerações e incentivos fiscais para sustentar
a medida sem elevar a carga tributária direta. "Tem
quase R$ 600 bilhões em desonerações no Brasil. Está
se estudando tecnicamente, friamente, a
possibilidade de uma redução linear para que a gente
possa trabalhar com uma compensação justa,
igualitária", explicou o deputado.
Outras alternativas em análise incluem o aumento da
alíquota para os mais ricos, taxação maior de
dividendos e ajustes na forma de cobrança do
imposto, mas o relator reforçou que o foco principal
está nas renúncias fiscais.
Quem ganha e quem paga
O PL 1.087/2025 isenta totalmente do IR os brasileiros
com renda de até R$ 5 mil por mês, o que corresponde
a cerca de 65% dos declarantes. Quem ganha entre R$
5 mil e R$ 7 mil terá desconto progressivo no valor
devido. A partir de R$ 7 mil mensais, as regras
atuais permanecem. A proposta também estabelece um
piso de tributação para quem ganha acima de R$ 50
mil por mês, com valores mínimos a pagar entre R$
18,7 mil e R$ 120 mil por ano, dependendo da renda.
Além disso, lucros e dividendos, hoje isentos,
passarão a ser taxados em 10%, inclusive quando
remetidos ao exterior. A mudança busca reduzir
distorções que favorecem os mais ricos.
A expectativa do governo é que as novas regras
passem a valer em 2026. Para isso, o projeto precisa
ser aprovado ainda este ano por Câmara e Senado.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP),
sinalizou apoio à medida, destacando seu papel no
crescimento econômico. "Daremos a devida atenção a
essa matéria, analisando-a com zelo e
responsabilidade, sempre em busca de mais justiça
social e de um Brasil mais próspero para todos",
disse em nota.
Impacto fiscal e justiça tributária
De acordo com o Ministério da Fazenda, o governo
deixará de arrecadar R$ 25,84 bilhões em 2026, valor
que aumentará para R$ 29,68 bilhões em 2028. A
estimativa é que esse montante seja compensado pela
nova tributação sobre os mais ricos, cuja
arrecadação, em 2026, deve alcançar R$ 34,12
bilhões.
O diretor da Instituição Fiscal Independente (IFI),
Marcus Pestana, considera que o projeto mantém o
equilíbrio das contas públicas. "O objetivo de
justiça tributária não contribuiria negativamente em
relação ao equilíbrio orçamentário, tornando o
efeito neutro do ponto de vista do orçamento
público", avalia o ex-deputado.
Fonte: Congresso em Foco

13/06/2025 -
OIT: presidente e ministros do TST reforçam
importância do diálogo tripartite
Conferência Internacional do Trabalho ocorre em
Genebra, na Suíça
O presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST),
ministro Aloysio Corrêa da Veiga, e os ministros
Sérgio Pinto Martins e Fabrício Gonçalves
participaram do diálogo social tripartite global do
setor bancário na 113ª Sessão da Conferência
Internacional do Trabalho, em Genebra. O evento teve
como tema central “Eventos Climáticos Extremos,
Mulheres e Diversidade em Negociações Coletivas”.
A participação dos ministros brasileiros reforçou o
compromisso do país com a promoção de práticas
inclusivas e sustentáveis no ambiente de trabalho,
que enfrenta desafios relacionados às mudanças
climáticas e à diversidade de gênero. Durante o
diálogo social, os ministros enfatizaram a
importância de incluir as questões ambientais e a
representatividade feminina nas negociações
coletivas, para garantir que os direitos dos
trabalhadores sejam protegidos.
Ministro Aloysio Corrêa da Veiga na OIT
O ministro Aloysio Corrêa da Veiga destacou a
relevância do diálogo tripartite — que envolve
representantes de governos, empregadores e
trabalhadores — como instrumento fundamental para a
construção de soluções conjuntas e equitativas e
destacou iniciativas que vêm sendo implementadas no
Brasil e que podem servir de exemplo para outros
países.
A presença dos ministros no plenário da OIT
simboliza o engajamento do Brasil na agenda
internacional de trabalho decente, mostrando que a
Justiça do Trabalho brasileira está atenta às novas
demandas sociais e ambientais que impactam o mundo
do trabalho.
Fonte: TST

13/06/2025 -
Nota de repúdio das centrais sindicais à prisão de
Cristina Kirchner
NOTA DE REPÚDIO
Genebra, 11 de junho de 2025
As centrais sindicais brasileiras, reunidas em
Genebra no âmbito da 113ª Conferência Internacional
do Trabalho da OIT, vêm a público manifestar seu
mais veemente repúdio à decisão da Justiça argentina
que decretou a prisão da ex-presidenta Cristina
Fernández de Kirchner.
Trata-se de uma clara ofensiva política que atenta
contra o Estado Democrático de Direito e a soberania
do povo argentino. Cristina Kirchner é uma liderança
legitimamente reconhecida por sua luta em defesa dos
direitos sociais, da inclusão e da justiça para os
mais pobres. Sua perseguição jurídica se insere em
um preocupante cenário de lawfare que vem se
repetindo em diversos países da América Latina, com
o objetivo de criminalizar lideranças populares e
impor retrocessos sociais.
A prisão de Cristina Kirchner representa uma afronta
à democracia e aos avanços conquistados pelos
trabalhadores e trabalhadoras durante seus mandatos.
Não se pode permitir que o sistema judicial seja
instrumentalizado para fins políticos, ignorando
princípios fundamentais do devido processo legal e
da presunção de inocência.
Neste momento grave, nos solidarizamos com os
movimentos sociais, centrais sindicais e partidos
progressistas da Argentina que denunciam mais essa
tentativa de silenciar a voz do povo. A história não
perdoará os que usam a toga para golpear a
democracia.
Cristina Kirchner livre!
Assinam:
Nova Central Sindical de Trabalhadores – NCST
Central Única dos Trabalhadores – CUT
Força Sindical – FS
União Geral dos Trabalhadores – UGT
Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil –
CTB
Central dos Sindicatos Brasileiros – CSB
Fonte: NCST

13/06/2025 -
Protagonismo institucional dos sindicatos; por João
Guilherme
Preocupados com o que consideram o excesso de ações
trabalhistas nos tribunais, o presidente do STF,
Luís Roberto Barroso e seu decano Gilmar Mendes, têm
se manifestado sobre o descalabro das homologações
rescisórias nas demissões.
O presidente vem defendendo a necessidade de acordos
prévios envolvendo as partes, o que diminuiria a
litigiosidade e, como consequência, o número de
processos.
Mas o decano tem sido mais acurado ao defender a
participação dos sindicatos de trabalhadores nas
homologações de demissões, que havia sido impugnada
pela deforma trabalhista.
A participação institucional dos sindicatos tem sido
bandeira e prática das direções sindicais, que
resistem às limitações provocadas pela deforma e já
apoiaram em nota conjunta das centrais o
posicionamento do ministro Gilmar Mendes.
Esta discussão interessa a todo movimento sindical,
principalmente em uma situação de conflito entre o
STF e a própria Justiça do Trabalho, assumindo o
Supremo, cada vez mais, uma participação recursiva
nos temas trabalhistas.
O protagonismo institucional dos sindicatos nas
relações do trabalho (muito mais do que, é claro,
nas negociações salariais), negado e menorizado na
deforma, tem que ser reafirmado em todas as
ocasiões, seja no próprio Judiciário, no Legislativo
e no governo.
João Guilherme Vargas Netto é consultor sindical
Fonte: Rádio Peão Brasil

13/06/2025 -
Haddad: objetivo com medidas é reduzir gasto
tributário em 5% dos R$ 800 bi estimados
Em relação ao setor financeiro, Haddad repetiu
que está sendo feita uma equalização da tributação
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta
quinta-feira, 12, que o objetivo do governo com o
conjunto de medidas alternativas ao decreto que
aumentava o Imposto sobre Operações financeiras
(IOF) é de reduzir o gasto tributário em 5% do total
de R$ 800 bilhões estimados para este ano. As
declarações foram feitas a jornalistas quando Haddad
chegou à sede da Pasta na manhã desta quinta-feira,
12.
Ele reforçou que as medidas que constam na Medida
Provisória (MP) publicada na noite de quarta-feira,
11, não representam aumento de impostos, mas
correção de distorções. Em relação à tributação das
bets – que será elevada de 12% para 18% – Haddad
disse que só houve a retomada da proposta original
da Fazenda.
“Não tínhamos dimensão do setor de bets, do tamanho
do setor. Esse setor hoje, entre o que recebe de
apostas e o que paga de prêmios, eles estão tendo um
lucro bruto de cerca de R$ 40 bilhões anualizados.
Não geram emprego, eu pessoalmente não gosto de
jogo, não gosto de jogo. É uma coisa que deveria ser
até repensada pelo Congresso Nacional. Desses R$ 40
bilhões, eles devem gerar alguma coisa com menos do
que R$ 10 bilhões de impostos. Ou seja, uma alíquota
melhor do que uma empresa normal”, ponderou.
Em relação ao setor financeiro, Haddad repetiu que
está sendo feita uma equalização da tributação. Ele
argumentou que não há sentido em uma fintech pagar
menos imposto do que um banco se os serviços
oferecidos são os mesmos e as instituições já estão
em portes semelhantes.
A correção dessa distorção, avalia, vai tornar esse
mercado mais competitivo. “Eu estou nivelando o
pagamento de tributo pelas instituições financeiras,
a partir de um determinado patamar, para criar as
condições de concorrência”, reforçou.
“O que está afetando o mercado é a taxa Selic, e nós
temos que criar as condições para ela começar a
cair. E esse conjunto de medidas ajuda a criar um
ambiente econômico para fazer cair aquilo que está
fora de lugar, completamente fora de lugar”, disse.
Fonte: Estadão Conteúdo

13/06/2025 -
Aprovado incentivo à inclusão de mulheres acima de
50 anos no mercado de trabalho
A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) aprovou nesta
quarta-feira (11) um projeto de lei que estimula a
inserção no mercado de trabalho de mulheres acima de
50 anos. A proposta do senador Weverton (PDT-MA)
recebeu relatório favorável do senador Dr. Hiran
(PP-RR) e segue para a Câmara dos Deputados, se não
houver recurso ao Plenário do Senado.
O PL 375/2023 acrescenta no Programa Emprega +
Mulheres (Lei 14.457, de 2022) o incentivo a
projetos, cursos e iniciativas empresariais para o
aprimoramento profissional, a manutenção do emprego
e a inserção no mercado de trabalho de mulheres com
mais de 50 anos.
O Emprega + Mulheres, em vigor desde 2022,
atualmente tem como foco a empregabilidade de
mulheres com deficiência, mães de pessoas com
deficiência ou chefes de famílias monoparentais. O
PL 375/2023 inclui nessa lista as trabalhadoras com
mais de 50 anos, por meio da atuação do Serviço
Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e do
Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac).
A lei em vigor já prevê o estímulo à matrícula de
mulheres em cursos de qualificação, em todos os
níveis e áreas de conhecimento. A prioridade é para
trabalhadoras hipossuficientes e vítimas de
violência doméstica.
Uma emenda aprovada pela Comissão de Direitos
Humanos (CDH) e acolhida nesta quarta-feira pela CAS
inclui as mulheres com mais de 50 anos entre aquelas
com prioridade nas matrículas. Para o relator, a
mudança pretende assegurar boas oportunidades
profissionais às mulheres daquela faixa etária.
— Caso não se reduzam as dificuldades enfrentadas
pelas mulheres acima de 50 anos para acessar o
mercado de trabalho, não somente os direitos humanos
desse segmento da população serão violados, mas
também haverá consequências prejudiciais graves em
outros setores, como previdência social e economia —
disse Dr. Hiran.
Fonte: Agência Senado

12/06/2025 -
STF suspende julgamento sobre revisão da vida toda
Data para retomada da análise ainda não definida
A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal
(STF), pediu vista e suspendeu nesta terça-feira
(10) o julgamento de mais um recurso que envolve a
revisão da vida toda das aposentadorias do Instituto
Nacional do Seguro Social (INSS).
Na sexta-feira (6), o plenário virtual da Corte
iniciou o julgamento de um recurso do INSS para
aplicar o entendimento da Corte que vetou a revisão
dos benefícios aos processos que estão em tramitação
na Justiça.
Até o momento, o placar do julgamento está 3 votos a
1 para manter a aplicação do entendimento
desfavorável aos aposentados.
Primeiro a votar, o ministro Alexandre de Moraes,
relator do caso, entendeu que, após a decisão do
plenário contrária aos aposentados, deve ser
aplicada a nova tese dos processos que aguardavam a
decisão final da Corte.
O voto foi seguido pelos ministros Cristiano Zanin e
Gilmar Mendes.
O único voto favorável à revisão dos benefícios foi
apresentado pelo ministro André Mendonça.
A data para retomada do julgamento ainda não
definida.
Fonte: Agência Brasil

12/06/2025 -
Homologação com o Sindicato é segurança para o
trabalhador
A
homologação da rescisão do contrato de trabalho é,
para o trabalhador, um dos momentos mais delicados
da vida profissional. É ali que se encerra um
vínculo e, ao mesmo tempo, se fazem os acertos de
contas com o empregador — muitas vezes, sem que o
trabalhador tenha pleno conhecimento sobre o que de
fato lhe é devido.
Foi justamente para proteger o trabalhador nesse
momento que, antes da Reforma Trabalhista de 2017, a
legislação previa a obrigatoriedade da homologação
com a assistência do Sindicato, especialmente para
contratos com mais de um ano de vigência. Desde que
essa exigência foi retirada da lei, cresceram os
casos de demissões com erros — ou omissões — nos
pagamentos rescisórios, resultando em um verdadeiro
colapso na Justiça do Trabalho.
Segundo dados do Tribunal Superior do Trabalho, só
em 2023 foram registrados mais de 4,19 milhões de
novos processos trabalhistas, a maioria envolvendo
verbas rescisórias. Essa avalanche de ações reforça
a urgência de retomar mecanismos de proteção mais
efetivos. E é justamente isso que está sendo
debatido agora no Supremo Tribunal Federal e no
Congresso Nacional.
O ministro Gilmar Mendes articula a volta da
obrigatoriedade das homologações com sindicatos,
enquanto o Projeto de Lei nº 2690/2025, apresentado
pelo deputado Paulinho da Força, propõe que a
quitação ampla do contrato de trabalho só seja
válida quando houver acompanhamento sindical e
previsão em norma coletiva, protegendo especialmente
os trabalhadores de baixa renda.
A homologação vai além de um simples carimbo de
finalização contratual. Trata-se de um verdadeiro
ato de justiça. O Sindicato, ao conferir todos os
documentos e cálculos, atua como garantidor de
direitos, identificando erros, prevenindo fraudes e
orientando o trabalhador sobre seus direitos. Casos
práticos mostram o quanto essa presença faz
diferença.
Recentemente, o Sindicato dos Eletricitários de São
Paulo evitou que um trabalhador da categoria
perdesse quase R$ 30 mil em sua rescisão, graças à
atuação de seu Departamento Jurídico. Esse não é um
caso isolado: a média de erros encontrados nas
homologações feitas com a presença do Sindicato
passa de R$ 3.500 por trabalhador.
Além da segurança para o trabalhador, a proposta de
retomada da homologação sindical oferece benefícios
também ao empregador e à Justiça. Ao conferir
validade legal à quitação feita com acompanhamento
técnico e sindical, o projeto reduz a judicialização
e oferece previsibilidade jurídica. Empresas evitam
passivos ocultos, Sindicatos atuam com
responsabilidade técnica e o trabalhador sai mais
seguro.
É fundamental destacar que a homologação feita no
Sindicato é gratuita para os associados, o que
reforça ainda mais a importância de estar filiado.
Se você ainda não é sócio, sindicalize-se: esse é um
investimento direto na sua proteção e dignidade
profissional.
Por fim, é preciso encarar a homologação não como
uma burocracia, mas como um ato essencial de
proteção social, segurança jurídica e respeito ao
trabalho. A volta da obrigatoriedade da homologação
com o Sindicato é uma pauta urgente e necessária.
Valoriza o papel das entidades representativas,
fortalece o diálogo social e, acima de tudo, garante
que o trabalhador receba o que é seu por direito.
Defenda seus direitos. Homologue com o
Sindicato!
Eduardo Annunciato – Chicão
Presidente do Sindicato dos Eletricitários de São
Paulo e da Federação Nacional dos Trabalhadores em
Energia, Água e Meio Ambiente – FENATEMA
Diretor de Educação da Confederação Nacional dos
Trabalhadores na Indústria (CNTI)
Vice-presidente da Força Sindical
Fonte: Eletricitários

12/06/2025 -
Indústria recua em nove locais pesquisados pelo IBGE
Rio de Janeiro (-1,9%) e São Paulo (-1,7%) têm
resultado negativo
De março para abril deste ano, a produção industrial
caiu em nove dos 15 locais estudados pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo a Pesquisa Industrial Mensal – Produção
Física Regional, divulgada nesta quarta-feira (11),
no Rio de Janeiro, as maiores quedas foram
observadas no Ceará (-3,9%) e Espírito Santo
(-3,5%).
Também apresentaram resultados negativos os estados
do Rio de Janeiro (-1,9%), São Paulo (-1,7%), Mato
Grosso (-1,4%), Amazonas (-1,3%), Pará (-0,8%),
Minas Gerais (-0,3%) e Paraná (-0,1%).
Paralelamente, seis locais tiveram aumento na
produção e garantiram que a indústria nacional
tivesse um crescimento de 0,1% no período. O
destaque foi Pernambuco, que cresceu 31,3%.
Outros estados com alta foram Goiás (4,6%), Bahia
(0,5%), Rio Grande do Sul (0,1%) e Santa Catarina
(0,1%). A Região Nordeste, única que é pesquisada de
forma conjunta pelo IBGE, apresentou avanço de 7,2%
na produção.
Outras comparações
Nos demais tipos de comparação, ou seja, em relação ao
mesmo mês do ano passado, no acumulado do ano e no
acumulado em 12 meses, o IBGE também analisa as
indústrias do Mato Grosso do Sul, Rio Grande do
Norte e Maranhão. São, portanto, 18 locais
analisados.
Em relação a abril de 2024, 11 de 18 locais
apresentaram queda, assim como a média nacional de
-0,3%. Os principais recuos ocorreram do Rio Grande
do Norte (-12,9%), Mato Grosso do Sul (-9%), Rio
Grande do Sul (-7,1%), São Paulo (-5,3%) e Ceará
(-5,3%). Sete locais tiveram alta, com destaque para
o Pará (27,3%).
No acumulado do ano, apesar da alta de 1,4% da
indústria nacional, dez locais apresentaram recuo,
entre eles Rio Grande do Norte (-18,2%) e Pernambuco
(-15,9%). Oito tiveram crescimento, sendo que o
Pará, mais uma vez, apresentou o melhor desempenho
(10%).
Já no acumulado dos últimos 12 meses, o setor
industrial avançou 2,4%, com taxas positivas em doze
dos 18 locais analisados, com destaque para o Pará
(9%), Santa Catarina (7,4%) e Paraná (5,6%). Dos
seis locais em queda, os resultados mais expressivos
foram observados no Rio Grande do Norte (-6,6%) e no
Espírito Santo (-5,2%).
Fonte: Agência Brasil

12/06/2025 -
Trabalhadores com CLT podem unificar até 9 dívidas
em um único empréstimo consignado
A nova regra já está em vigor e vale para quem
possui carteira assinada. A medida acompanha a
portabilidade e a renegociação de contratos
Trabalhadores com carteira assinada podem unificar
até nove contratos de crédito em um único empréstimo
consignado, de acordo com o Ministério do Trabalho e
Emprego (MTE). A medida, que foi implementada na
última sexta-feira, integra as novas regras que
também liberam a portabilidade de consignados entre
instituições financeiras e a renegociação de
dívidas.
A consolidação de dívidas permite, por exemplo, que
o trabalhador reúna empréstimos consignados e
créditos pessoais (como CDCs) em uma única operação
de consignado, com desconto direto em folha, desde
que o valor total das parcelas respeite o limite de
35% do salário líquido.
Apesar da possibilidade de unificação de até nove
contratos, a regra do programa continua permitindo
apenas um contrato de empréstimo consignado ativo
por vínculo empregatício.
A estimativa do governo é que existam cerca de 3,8
milhões de contratos antigos de crédito consignado
no setor privado, que somam aproximadamente R$ 40
bilhões. Com a portabilidade e a possibilidade de
unificação de dívidas, o objetivo é estimular a
concorrência entre bancos e permitir que
trabalhadores encontrem condições mais vantajosas de
empréstimo.
A expectativa é que o novo modelo, chamado de
Crédito do Trabalhador, possa ampliar o acesso ao
crédito para os 46 milhões de brasileiros com
carteira assinada, antes limitados aos empregados de
empresas com convênios com instituições financeiras.
Fonte: Agência OGlobo

12/06/2025 -
TST recebe manifestações sobre temas relacionados à
validade de normas coletivas
Processos, que serão julgados como precedentes
vinculantes, envolvem entendimento do STF sobre a
matéria
O Tribunal Superior do Trabalho publicou dois
editais em que abre prazo de 15 dias para receber
manifestações sobre dois temas que serão submetidos
à sistemática dos recursos repetitivos para a
formação de precedentes vinculantes. Os dois
envolvem a validade de negociação de direitos em
normas coletivas, com base no entendimento do
Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a matéria.
Negociado sobre o legislado
Em junho de 2022, o STF decidiu, em recurso com
repercussão geral (Tema 1.046), que são
constitucionais os acordos e as convenções coletivos
que limitem ou afastem direitos trabalhistas, desde
que respeitados os direitos absolutamente
indisponíveis. A discussão, desde então, tem sido
definir quais são os direitos indisponíveis, para
além daqueles sobre os quais há consenso, como
salário mínimo, férias anuais e normas de saúde e
segurança, entre outros.
Nos dois processos, o TST discutirá se o
elastecimento da jornada em ambiente insalubre e o
controle de jornada por exceção podem ser negociados
ou se são direitos indisponíveis.
Confira, abaixo, as teses jurídicas em debate:
Atividade insalubre
“Definir se, (i) em observância à tese vinculante
firmada pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento
do Tema 1.046 da Tabela de Repercussão Geral, é
válida a cláusula de norma coletiva que autoriza,
independentemente da licença prévia da autoridade
competente, regime de trabalho que tem como
corolário o elastecimento da jornada em ambiente
insalubre; e se, (ii) para a aplicação da norma
coletiva aos empregados que desenvolvem suas
atividades em ambiente insalubre, é necessária
previsão expressa no sentido de que a cláusula
abrange os trabalhadores que laboram em tal
ambiente.”
IncJulgRREmbRep–0010358-15.2019.5.15.0099,
IncJulgRREmbRep-0010225-49.2020.5.03.0041 e
IncJulgRREmbRep-0011669-07.2020.5.15.0002,
Leia a
íntegra do edital.
Jornada por exceção
“À luz da tese firmada pelo Supremo Tribunal Federal
no Tema 1.046 da Tabela de Repercussão Geral, é
válida a norma coletiva que autoriza o controle de
jornada por exceção?”
IncJulgRREmbRep–0011505-09.2015.5.15.0102
Leia a
íntegra do edital.
Outros temas
Também foi aberto prazo para manifestações em recursos
repetitivos sobre as seguintes questões jurídicas:
“O recolhimento de lixo em condomínio residencial
enseja o pagamento do adicional de insalubridade?”
IncJulgRREmbRep–1000877-13.2023.5.02.0461
Leia a
íntegra do edital.
“A mudança na forma de cálculo do abono pecuniário
previsto no art. 143 da CLT, promovida pela Empresa
Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT por meio
do Memorando Circular nº 2.316/2016 – GPAR/CEGEP,
configura alteração contratual lesiva, não atingindo
os empregados contratados sob a égide da sistemática
anterior?”
IncJulgRREmbRep–1000250-90.2022.5.02.0025
Leia a
íntegra do edital.
Fonte: TST

11/06/2025 -
INPC tem
alta de 0,35% em maio
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC)
teve alta de 0,35% em maio. No ano, o acumulado é de
2,85% e, nos últimos 12 meses, de 5,20%, abaixo dos
5,32% observados nos 12 meses imediatamente
anteriores. Em maio de 2024, a taxa foi de 0,46%.
Os produtos alimentícios desaceleraram de abril
(0,76%) para maio (0,26%). A variação dos não
alimentícios passou de 0,39% em abril para 0,38% em
maio.
Quanto aos índices regionais, a maior variação
(1,24%) ocorreu em Brasília por conta da energia
elétrica residencial (9,30%) e do ônibus urbano
(12,90%). A menor variação ocorreu em Rio Branco
(0,09%) em razão da queda no ovo de galinha (-9,09%)
e no arroz (-6,26%).
Fonte: IBGE

11/06/2025 -
Descontos do INSS e CLT voltam à pauta
Caso seja cumprido o acordo, o PL 1663/23
poderá ser apreciado. O acordado é votar apenas o
texto do projeto e rejeitar as emendas apresentadas
em plenário.
Retorna a pauta do plenário da Câmara dos Deputados
nesta semana o PL 1663/23, que revoga dispositivos
da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). O
projeto que já passou pelas comissões conta com
emendas de plenário que tratam do financiamento
sindical entre outros pontos abordados na legislação
trabalhista. Há também uma série de destaques para
votar partes do texto em separado que contam com
divergência do parecer do relator, deputado Ossésio
Silva (Republicanos-PE).
Outra matéria no plenário e que conta com urgência
aprovada pelos deputados é o PL 1846/2025, que
revoga dispositivo da Lei n° 8.213, de 24 de julho
de 1991, que dispõe sobre os Planos de Benefícios da
Previdência Social e dá outras providências, para
vedar a realização de descontos nos benefícios
previdenciários referentes a mensalidades de
associações e demais entidades de aposentados
legalmente reconhecidas.
Outra matéria em pauta no plenário da Câmara é que
conta com parecer é o projeto de lei (PL 3179/24),
do deputado Domingos Sávio (PL-MG), que cria
adicional de trabalho para auditores fiscais
federais agropecuários e auxiliares de fiscalização
que trabalhem com inspeção permanente nesses
estabelecimentos.
Matéria completa:
https://diap.org.br/index.php/noticias/agencia-diap/92264-fim-dos-descontos-do-inss-e-revogacao-de-dispositivos-da-clt-retornam-a-pauta
Fonte: Diap

11/06/2025 -
Um
novo capítulo para o sindicalismo
Neuriberg Dias*
Enquanto parte do Congresso Nacional — especialmente
parlamentares de oposição ao governo Lula e à
organização dos trabalhadores — atua para interditar
o debate sobre a modernização do sistema sindical
brasileiro, ganha destaque a atuação propositiva do
deputado Luiz Gastão (PSD-CE). Em diálogo permanente
com entidades laborais e patronais, o parlamentar
busca construir uma proposta pactuada na forma de
projeto de lei capaz de inaugurar um novo capítulo
na história das relações coletivas de trabalho no
país.
Em linhas gerais, a proposta em construção prevê a
criação do Conselho Superior de Promoção da
Negociação Coletiva (CSPNC), das Câmaras de
Autorregulação Sindical (CAS) e promove alterações
legislativas voltadas à democratização,
transparência e fortalecimento institucional do
sistema sindical. O CSPNC será um órgão bipartite e
paritário, com representantes de trabalhadores e
empregadores, e terá como missão principal fomentar
o diálogo social, ampliar a negociação coletiva e
propor medidas de aprimoramento ao Poder Executivo e
ao Congresso Nacional. Entre suas competências
estarão a mediação de conflitos coletivos, o
estímulo à autocomposição, a organização de um
sistema unificado de registro de instrumentos
coletivos e a proposição de políticas públicas
voltadas ao fortalecimento das relações coletivas.
As Câmaras de Autorregulação Sindical — uma de
trabalhadores e outra de empregadores — serão
compostas, respectivamente, por centrais sindicais e
confederações patronais. Terão atribuições voltadas
à promoção da autorregulação, à defesa da liberdade
e da unicidade sindical, à resolução de conflitos de
representação, à definição de critérios para a
contribuição assistencial e à articulação de
políticas de transparência. Também poderão propor
atualizações no Quadro de Atividades e Categorias da
CLT, adequando-o à realidade contemporânea do mundo
do trabalho e aos desafios de um sindicalismo mais
eficaz e representativo.
A regulamentação da contribuição assistencial é
tratada com atenção especial. A proposta determina
que qualquer cobrança será válida apenas mediante
aprovação expressa em assembleia geral da categoria,
com ampla divulgação e participação, inclusive de
trabalhadores não sindicalizados. Estabelece regras
claras para o exercício do direito de oposição,
critérios de rateio entre entidades (sindicatos,
federações, confederações e centrais), além da
obrigatoriedade de manutenção de portais de
transparência com informações detalhadas sobre a
destinação dos recursos — elementos que contribuem
para consolidar uma nova cultura de legitimidade,
responsabilidade e prestação de contas no
financiamento sindical.
O texto também propõe que as centrais sindicais e
confederações patronais assumam papel estratégico,
ao indicarem os representantes que comporão o CSPNC,
coordenarem os critérios de representatividade e
formularem as regras de autorregulação. Uma mudança
importante é a elevação do índice mínimo de
representatividade das centrais sindicais para 7% de
trabalhadores sindicalizados no plano nacional,
conforme critérios definidos pelas próprias
entidades em instância técnica — promovendo, assim,
coerência com a realidade do sindicalismo
brasileiro.
Além disso, a proposta permite a constituição de
consórcios entre entidades sindicais para execução
de atividades conjuntas — excluindo, porém, a
representação e a negociação coletiva —, e introduz
dispositivos que reforçam a segurança jurídica da
atuação sindical, combatem práticas antissindicais e
criam mecanismos institucionais para a resolução de
disputas. Tais medidas fortalecem a capacidade das
entidades sindicais atuarem de forma coordenada,
eficiente e com maior legitimidade institucional.
O projeto encabeçado pelo deputado Luiz Gastão
poderá representar um contraponto claro e realista
às propostas que atualmente tramitam no Parlamento e
que visam restringir o papel das entidades
representativas dos trabalhadores — como os PLs
1663/2023, 2099/2023 e 2830/2019 —, retomando uma
agenda de desmonte semelhante à promovida pela
reforma trabalhista de 2017. Em contraste, essa nova
proposta valoriza o fortalecimento da negociação
coletiva e da mediação institucional como pilares de
um modelo sindical funcional e constitucionalmente
adequado.
Nesse processo, merece igualmente destaque a atuação
do deputado Luiz Carlos Motta (PL-SP), relator dos
Projetos de Lei 5795/2016 e 5552/2019. Algumas
dessas proposições convergem com pontos centrais da
iniciativa do deputado Gastão, como a criação de
conselhos nacionais e de mecanismos de custeio
sindical. Sua experiência como sindicalista e seu
trabalho como membro da Comissão de Trabalho da
Câmara dos Deputados — onde tramitam mais de 37
proposições correlatas também sob seu exame — têm
sido fundamentais para mediar a construção de uma
nova base legislativa para o sindicalismo, em meio a
uma correlação de forças desfavorável à modificação
de aspectos estruturais da Lei 13.467/2017¹,
conhecida como reforma trabalhista.
Trata-se, portanto, de iniciativas como a deputado
Gastão e as relatadas pelo deputado Motta, em
construção com responsabilidade, maturidade e
compromisso, que devem ser avaliadas pelo movimento
sindical. Diante da iminência de votações de
projetos regressivos no Congresso Nacional, é
essencial que o campo sindical se apresente com uma
proposta unificada, robusta e legitimada, capaz de
disputar rumos e consolidar a negociação coletiva
como instrumento legítimo, moderno e eficaz de
regulação das relações de trabalho. É essa
construção que poderá impedir a retomada de projetos
de desestruturação do sistema sindical brasileiro e
garantir sua adaptação ao mundo do trabalho
contemporâneo, assegurando direitos e promovendo
desenvolvimento social e econômico.
*Jornalista, Analista Político e Diretor de
Documentação do DIAP.
¹ Pontos críticos da reforma trabalhista,
destacam-se: 1) a flexibilização de direitos
trabalhistas previstos em lei, preservando-se apenas
aqueles expressamente assegurados pela Constituição
Federal; 2) a ampliação das possibilidades de
terceirização e de pejotização, com a contratação de
trabalhadores como pessoas jurídicas, sem vínculo
empregatício; 3) a criação de novas formas de
contratação, especialmente a do trabalhador autônomo
exclusivo e a do contrato intermitente; 4) as
restrições de acesso à Justiça do Trabalho, que
comprometeram a proteção judicial dos direitos
trabalhistas; 5) a retirada de poderes, atribuições
e prerrogativas das entidades sindicais como o fim
da homologação das rescisões de contrato de
trabalho, fim da ultratividade de acordos coletivos
e ampliação de acordos individuais; 6) a
universalização da negociação coletiva sem os
limites ou proteções da legislação, o que fragiliza
direitos historicamente conquistados; e 7) a
autorização de negociação direta entre empregadores
e empregados para redução ou supressão de direitos,
à margem da atuação sindical.
Fonte: Diap

11/06/2025 -
Mendonça vota a favor da revisão da vida toda no STF
Recurso do INSS está sendo analisado pela Corte
O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal
Federal (STF), votou nesta segunda-feira (9) a favor
da revisão da vida toda das aposentadorias do
Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
A manifestação do ministro foi proferida durante o
julgamento virtual no qual a Corte analisa um
recurso do INSS para aplicar o entendimento da Corte
que vetou a revisão dos benefícios aos processos que
estão em tramitação na Justiça.
No voto divergente apresentado, Mendonça entendeu
que os aposentados têm direito à revisão, mas
estabeleceu balizas para o reconhecimento do
recálculo. Entre as condições estão a possibilidade
de revisão para benefícios extintos, o ajuizamento
de ação rescisória para recebimento nos processos
que transitaram em julgado antes de 17 de dezembro
de 2019 e o pagamento de diferença de valores
anteriores a 17 de dezembro de 2019.
Apesar do voto favorável de Mendonça aos
aposentados, o placar do julgamento está 2 votos a 1
pelo não reconhecimento da revisão da vida toda.
Na sexta-feira (6), quando o julgamento foi
iniciado, o ministro Alexandre de Moraes decidiu
que, após a decisão do plenário contrária aos
aposentados, deve ser aplicada a nova tese dos
processos que aguardavam a decisão final da Corte.
Mais cedo, o voto de Moraes foi acompanhado pelo
ministro Cristiano Zanin.
O julgamento prossegue no plenário virtual da Corte
e será finalizado na sexta-feira (13).
Entenda
Em março do ano passado, o Supremo decidiu que os
aposentados não têm direito de optar pela regra mais
favorável para recálculo do benefício.
A decisão anulou outra deliberação da Corte
favorável à revisão da vida toda.
A reviravolta ocorreu porque os ministros julgaram
duas ações de inconstitucionalidade contra a Lei dos
Planos de Benefícios da Previdência Social (Lei
8.213/1991), e não o recurso extraordinário no qual
os aposentados ganharam o direito à revisão.
Agora, a Corte julga o recurso do INSS para o
resultado obtido no julgamento seja aplicado ao
recurso extraordinário e, consequentemente, às ações
que tramitam em todo o país sobre a questão.
Fonte: Agência Brasil

11/06/2025 -
De volta ao Senado, projeto da Lei do Primeiro
Emprego será votado na CAS
A iniciativa que institui incentivos para a inserção
de jovens entre 18 e 29 anos no mercado de trabalho
e estabelece o contrato de primeiro emprego na
carteira de trabalho está na pauta da Comissão de
Assuntos Sociais (CAS), em reunião na quarta-feira
(11), às 9h. O projeto, do senador Irajá (PSD-TO),
foi aprovado pela Câmara dos Deputados com alteração
e, por isso, retorna à análise dos senadores.
O PL 5.228/2019 reduz o recolhimento do FGTS e da
Previdência Social na concessão de primeiro emprego
a jovens. A alíquota do FGTS devida pelo empregador
cairá de 8% para 2% no caso da microempresa; para 4%
se a empresa for de pequeno porte, entidade sem fins
lucrativos, entidade filantrópica, associação ou
sindicato; e para 6% no caso das demais empresas. A
indenização na demissão sem justa causa segue a
legislação. Já a contribuição à Seguridade Social
passa de 20% para 10% do salário.
O projeto exige que o candidato esteja regularmente
matriculado em curso de educação superior, educação
profissional e tecnológica ou educação de jovens e
adultos. Poderão ser contratados ainda aqueles que
tenham concluído o ensino superior ou a educação
profissional e tecnológica. Os contratos são
considerados por prazo determinado mínimo de seis
meses, permitidas até três prorrogações até o limite
de 24 meses de contratação.
O substitutivo (texto alternativo) aprovado na
Câmara retomou as regras gerais da Carteira Verde e
Amarela, objeto de medida provisória (MP 905/2019)
que não chegou a ser votada.
Em seu relatório, o senador Renan Calheiros (MDB-AL)
recomenda a aprovação do substitutivo da Câmara na
parte relativa ao contrato de primeiro emprego, mas
rejeita o trecho do contrato de recolocação
profissional por entender tratar-se de matéria
alheia ao projeto original.
Depois da CAS, o projeto segue para votação em
Plenário.
Matéria completa:
https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2025/06/06/de-volta-ao-senado-projeto-da-lei-do-primeiro-emprego-sera-votado-na-cas
Fonte: Agência Senado

11/06/2025 -
Valor da cesta básica cai em 15 de 17 capitais em
maio, diz Dieese
Cesta tem valor mais alto em São Paulo; custo só
aumentou em Florianópolis (SC) e Belém (PA).
O valor da cesta básica caiu em 15 das 17 capitais
analisadas pelo Dieese em maio, com destaque para as
maiores quedas em Recife (-2,56%), Belo Horizonte
(-2,50%) e Fortaleza (-2,42%). As únicas altas foram
registradas em Florianópolis (0,09%) e Belém
(0,02%).
A pesquisa mostra, porém, que o alívio mensal não
elimina o aumento acumulado: em relação a maio de
2024, todas as capitais tiveram alta de preços, com
destaque para Vitória (8,43%), São Paulo (8,38%) e
Goiânia (7,69%).
São Paulo tem a cesta mais cara
Apesar da queda de 1,44% no mês, São Paulo segue com a
cesta mais cara do país, custando R$ 896,15. Isso
equivale a 129 horas e 53 minutos de trabalho de
quem ganha o salário mínimo, considerando descontos
obrigatórios, o que compromete 63,82% da renda
líquida do trabalhador.
Com base nesse valor, o Dieese estima que o salário
mínimo necessário para sustentar uma família de
quatro pessoas deveria ser de R$ 7.528,56 quase
cinco vezes o valor atual do mínimo (R$ 1.518).
Café e carne seguem em alta; arroz e tomate caem
Entre os produtos que mais subiram no mês estão o café
em pó, com alta de até 10,7% em Aracaju e 8,49% em
São Paulo, e a carne bovina, que ficou mais cara em
14 capitais. Já o arroz agulhinha e o tomate
apresentaram queda de preços em todas as cidades
pesquisadas, refletindo maior oferta no varejo.
No acumulado de 12 meses, o café lidera os aumentos:
subiu 127,89% em Vitória e 75,50% em São Paulo. Já a
batata e o tomate tiveram quedas expressivas no
mesmo período.
Fonte: Congresso em Foco

10/06/2025 -
É preciso revogar os retrocessos na legislação
trabalhista
Retrocesso imposto pelos governos Temer e
Bolsonaro precarizou empregos, enfraqueceu
sindicatos e aumentou ações na Justiça; mobilização
é essencial para reverter o cenário.
por Adilson Araújo
De acordo com informações divulgadas pela mídia, o
ministro do STF, Gilmar Mendes, articula com
parlamentares e representantes do sistema financeiro
a aprovação de um projeto de lei que restabelece a
obrigatoriedade da intermediação dos sindicatos nas
homologações de rescisões de contratos de trabalho,
que foi extinta pela reforma trabalhista aprovada
durante o governo do golpista Michel Temer.
A justificativa apresentada pelo magistrado é a
explosão de novas ações na Justiça do Trabalho, que
no ano passado alcançaram o maior patamar desde
2017, quando a malfadada reforma foi aprovada pelo
Congresso e passou a vigorar. Ao todo, foram
2.117.545 novos processos em 2024, um salto de 14,1%
em relação a 2023.
Estímulo à ilegalidade
A ausência dos sindicatos no momento da homologação
estimula o patronato a atropelar direitos
elementares dos trabalhadores e trabalhadoras,
deixando de realizar o pagamento da multa de 40% do
FGTS, de verbas rescisórias, de horas extras, de
adicional de insalubridade ou periculosidade, entre
outros abusos.
Para resgatar seus direitos, resta aos assalariados
– que desde o governo Temer ficaram sem a
assistência do sindicato no momento da rescisão –
apelar ao advogado e à Justiça do Trabalho. A
precarização das relações entre capital e trabalho,
também turbinada pela mesma “reforma”, é outra causa
relevante do crescimento das demandas trabalhistas
no Judiciário.
Retrocessos
A iniciativa de Gilmar Mendes é uma prova, entre
muitas outras, dos males que as mudanças impostas na
legislação trabalhista pelos governos Temer e
Bolsonaro trouxeram não só para a classe
trabalhadora como para setores mais amplos da
sociedade brasileira. Não é demais lembrar que tais
mudanças vieram na carona do golpe de 2016, que
depôs a presidenta Dilma e que, já naquela época, a
CTB caracterizou muito apropriadamente como “o golpe
do capital contra o trabalho”.
O pacote de maldades contra a classe trabalhadora
não ficou restrito à exclusão dos sindicatos do das
homologações, o que deixou o empregado à mercê das
arbitrariedades patronais.
Entre outros retrocessos cabe destacar a primazia do
negociado sobre o legislado, autorização para
alongar a jornada de trabalho a 12 ou até mais horas
diárias, criação da infame modalidade de trabalho
intermitente, liberação do trabalho de mulheres
grávidas em ambientes insalubres, redução do
intervalo para almoço, abolição da jornada in
itinere e terceirização irrestrita.
Enfraquecimento dos sindicatos
Para coroar a obra reacionária e facilitar o trabalho
dos golpistas foi subtraído dos sindicatos,
federações, confederações e centrais trabalhistas a
principal fonte de financiamento das lutas e
atividades lideradas por essas organizações: a
Contribuição Sindical Compulsória, também designada
de Imposto Sindical.
Por sua vez, o governo neofascista de Jair Bolsonaro
(para quem o trabalhador teria de escolher entre ter
emprego ou ter direitos) logrou aprovar uma reforma
da Previdência que tornou mais difícil o acesso à
aposentadoria, introduziu a idade mínima, acabando
com a aposentadoria por tempo de contribuição e
ainda reduziu o valor dos benefícios.
Fake News
Para dourar a amarga pílula das mudanças introduzidas
na legislação, os protagonistas do golpe contra a
classe trabalhadora prometeram que a suposta
modernização da lei resultaria na criação de pelo
menos seis milhões de novos postos de trabalho e
melhoraria a vida de dezenas de milhões de
trabalhadores.
O tempo não demorou a revelar que o argumento era
mais uma Fake News, pois tudo que as reformas de
Temer e Bolsonaro provocaram na prática foi
destruição de direitos, maior precarização dos
contratos e enfraquecimento das negociações
coletivas e do movimento sindical. O desemprego, o
subemprego e a informalidade aumentaram
exponencialmente durante os governos Temer e
Bolsonaro. A economia alternou estagnação com
recessão e o Brasil caminhou para trás.
Em nome dos interesses da classe trabalhadora e da
nação é necessário revogar os pacotes de retrocessos
impostos pelos governos neoliberais produzidos pelo
golpe do capital contra o trabalho. Uma ampla
mobilização social será imprescindível para alcançar
este objetivo, do qual o movimento sindical
brasileiro não deve abrir mão.
* Adilson
Araújo - Presidente da CTB (Central dos
Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)
Fonte: Portal Vermelho

10/06/2025 -
Números grandes – João Guilherme Vargas Netto
Em 2024 foram registrados no Ministério do Trabalho
43.147 acordos e convenções coletivas de trabalho,
informação da jornalista Luiza Calegari no jornal
Valor Econômico de 28/05.
O número de negociações que havia atingido 50 mil
antes da “deforma” trabalhista de 2017 começou a
cair depois dela e voltou a crescer principalmente
porque o STF validou o caráter das negociações e a
legalidade da contribuição de todos os trabalhadores
para o sindicato.
O acordo coletivo envolve, em sua negociação, um
sindicato de trabalhadores e um grupo deles em uma
dada empresa; a convenção coletiva é negociada entre
o sindicato patronal e o sindicato dos trabalhadores
de uma dada categoria.
Ambas as ações marcam a presença do sindicato e com
seus resultados cobrem praticamente toda a mão de
obra com carteira de trabalho, garantindo aumentos
reais e melhores condições.
É um número grande, mas que fica pequeno quando
comparado a outro, este sim enorme, o número de
processos na Justiça do Trabalho.
São mais de 4 milhões e sua curva também descreve a
queda após a “deforma” (que introduziu mata-burros
financeiros na Justiça) e seu crescimento quando as
travas financeiras foram declaradas
inconstitucionais pelo STF.
Apesar das negociações abrangentes de acordos e
convenções, uma multidão de trabalhadores vê-se
obrigada a recorrer à Justiça devido a rotatividade
da mão de obra, demissões mal feitas sem controle
sindical, a informalidade e a persistente e
generalizada agressão patronal aos seus direitos,
sejam os trabalhadores formais ou os informais.
A luta sindical só não é mais difícil do que a
situação dos trabalhadores e das trabalhadoras,
mesmo com a atual boa conjuntura econômica.
João Guilherme Vargas Netto – consultor de
entidades sindicais de trabalhadores
Fonte: Agência Sindical

10/06/2025 -
TST abre edital para manifestações sobre dano moral
por atraso salarial
Interessados têm 15 dias para enviar argumentos
técnicos ou pedir ingresso como amicus curiae.
O TST vai decidir se o atraso reiterado e
injustificado no pagamento de salários por parte do
empregador configura dano moral passível de
indenização. A questão será julgada sob a
sistemática dos recursos repetitivos, o que
significa que a decisão firmará um precedente a ser
seguido por todos os tribunais da Justiça do
Trabalho.
A possibilidade de fixação de indenização em razão
dos atrasos salariais frequentes foi submetida ao
rito dos recursos repetitivos. O objetivo é
uniformizar o entendimento em todo o país, diante da
multiplicidade de ações sobre o tema.
Com a publicação do edital nesta quarta-feira, 4, o
TST abriu o prazo de 15 dias para que entidades e
pessoas interessadas encaminhem manifestações com
informações e argumentos técnicos que contribuam
para o julgamento. Também é possível requerer
ingresso como amicus curiae - terceiro interessado
que colabora com a corte na formação do entendimento
jurídico.
Além da questão dos danos morais por atrasos
salariais, outros três temas foram selecionados para
julgamento sob a mesma sistemática e também estão
com editais abertos para envio de manifestações:
- Periculosidade para vigias: O TST vai discutir se
vigias têm direito ao adicional de periculosidade
assegurado aos vigilantes (art. 193, caput e II, da
CLT), e se a exposição efetiva a situações de
violência justificaria esse enquadramento (processo
0020251-34.2024.5.04.0334).
- Enquadramento como financiário: Será analisado se
o trabalhador vinculado a sociedade de crédito ao
microempreendedor e à empresa de pequeno porte deve
ser considerado financiário (processo
0000467-22.2024.5.17.0007).
Prerrogativas da Comlurb: O Tribunal decidirá se a
Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) pode
usufruir das prerrogativas processuais da Fazenda
Pública, como isenção de custas e dispensa de
depósito recursal (processo
0100566-97.2023.5.01.0033).
As manifestações devem ser apresentadas por meio de
petição nos autos dos respectivos processos. A
relação completa dos editais abertos para envio de
manifestações em recursos repetitivos está
disponível no portal do TST e pode ser acessada
aqui.
Com informações do TST.
Fonte: Migalhas

10/06/2025 -
Geração de empregos em 2025 deve ser 10% menor que o
previsto, alerta OIT
A economia global deve gerar 7 milhões de empregos a
menos em 2025 do que o previsto anteriormente,
segundo a Organização Internacional do Trabalho
(OIT). A agência das Nações Unidas revisou para
baixo suas projeções e aponta que o crescimento
econômico mais lento, causado especialmente por
tensões geopolíticas e barreiras comerciais, deve
ter efeitos negativos sobre o mercado de trabalho em
todo o mundo.
De acordo com a última edição do relatório
Tendências do Emprego e Perspectivas Sociais
Mundiais, a previsão de geração de empregos caiu de
60 milhões para 53 milhões no próximo ano. O
documento leva em consideração as projeções do World
Economic Outlook, divulgado pelo Fundo Monetário
Internacional (FMI) em abril de 2025.
Essa redução representa um crescimento mais lento do
emprego global em 2025, que passará de 1,7% para
1,5%. Já o crescimento esperado do Produto Interno
Bruto (PIB) caiu de 3,2% para 2,8%.
“Nosso relatório agora nos diz que, se as tensões
geopolíticas e as interrupções comerciais
continuarem, e se não abordarmos questões
fundamentais que estão remodelando o mundo do
trabalho, elas certamente terão efeitos negativos
nos mercados de trabalho em todo o mundo”, afirmou o
diretor-geral da OIT, Gilbert F. Houngbo, em
comunicado.
O estudo também destaca o papel dos Estados Unidos
como fator determinante no crescimento do emprego
global. Segundo o relatório, 84 milhões de empregos
em 71 países estão “direta ou indiretamente
vinculados à demanda do consumidor americano, agora
cada vez mais em risco de interrupção devido às
elevadas tensões comerciais”.
Do total de empregos relacionados à economia dos
EUA, 56 milhões estão concentrados na região da
Ásia-Pacífico. No entanto, Canadá e México são os
países com maior proporção de empregos (17,1%)
expostos a interrupções no comércio.
Como recomendação, a OIT sugere que governos e
empregadores enfrentem o cenário adverso
“fortalecendo a proteção social, investindo no
desenvolvimento de habilidades, promovendo o diálogo
social e construindo mercados de trabalho inclusivos
para garantir que a mudança tecnológica beneficie a
todos”, conforme declarou Houngbo.
Fonte: CSB com informações de Fast Company Brasil

09/06/2025 -
PL 1663: Contradições da Emenda sobre a Contribuição
Sindical
Está pautado para votação no Plenário da Câmara dos
Deputados o Projeto de Lei nº 1663/2023, de autoria
do deputado Fausto Santos Jr. (União-AM), que tem
como objetivo atualizar dispositivos ultrapassados
da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT),
adequando-os à Constituição Federal e à nova
legislação trabalhista vigente desde a reforma de
2017.
O texto recebeu dois pareceres do relator, deputado
Ossesio Silva (Republicanos-PE): um favorável, na
forma de substitutivo, em relação ao texto original,
e outro pela rejeição das quatro emendas
apresentadas. Tais emendas, contudo, ainda podem ser
incorporadas, caso sejam votados destaques para
votação em separado.
Dentre essas emendas, destaca-se a Emenda de
Plenário nº 1, de autoria do deputado Rodrigo
Valadares (União-SE), que vem gerando controvérsias
por propor a criação de mecanismos digitais para o
cancelamento da contribuição sindical. A proposta
estabelece que o pedido de cancelamento possa ser
feito por meio de portais ou aplicativos do Governo
Federal, como o “gov.br”, por plataformas digitais
mantidas pelos sindicatos, aplicativos de empresas
privadas autorizadas, ou até mesmo via e-mail. Para
garantir a autenticidade, seriam exigidos mecanismos
de validação como certificação digital (ICP-Brasil),
autenticação via “gov.br”, outras formas eletrônicas
legalmente reconhecidas ou assinatura física
acompanhada de documento oficial.
Embora apresentada como medida de modernização, a
proposta traz sérias contradições. Primeiramente,
insere um novo regramento em um projeto que visa
apenas revogar trechos obsoletos da CLT, ampliando
indevidamente o escopo da proposição. Em segundo
lugar, trata de uma matéria já resolvida pela
Reforma Trabalhista: desde 2017, a contribuição
sindical deixou de ser obrigatória, e qualquer
desconto só pode ocorrer mediante autorização prévia
e expressa do trabalhador. Assim, a criação de um
sistema de cancelamento soa redundante, ao pressupor
uma cobrança indevida generalizada que não
corresponde à atual realidade normativa.
Além disso, a emenda invade a competência temática
de outras propostas em tramitação na Câmara dos
Deputados, especialmente na Comissão de Trabalho (CTRAB),
sob relatoria do deputado Luiz Carlos Motta (PL-SP),
atropelando debates técnicos e audiências com
entidades representativas. Seu conteúdo sugere ainda
um esforço para afastar o trabalhador dos
sindicatos, ao permitir o cancelamento sem qualquer
tipo de interação institucional ou espaço para
mediação. Isso abre margem para pressões patronais
contrárias à organização coletiva, criando um
cenário propício a práticas antissindicais.
O exercício desse direito não pode ser banalizado
nem incentivado por meio de tecnologias que
dificultam a reflexão. A economia comportamental
demonstra os efeitos dessas ferramentas na
manifestação de vontade dos indivíduos, podendo
gerar distorções que comprometem a liberdade de
decisão. Por fim, a medida fragilizaria ainda mais
os sindicatos, já enfraquecidos financeiramente,
comprometendo sua atuação em negociações salariais,
ações judiciais em defesa de direitos trabalhistas e
articulação de greves legítimas.
Assim, a insistência na votação dessa emenda no
Plenário da Câmara é incompatível com os princípios
que regem as relações de trabalho no Brasil.
Trata-se de uma manobra legislativa que, sob o
disfarce da modernização tecnológica, busca
enfraquecer as bases da representação coletiva. Sua
rejeição não apenas está em consonância com os
objetivos do PL 1663/2023, como é essencial para
proteger o direito dos trabalhadores à organização e
à defesa de seus interesses.
*Jornalista, analista político e diretor de
Documentação do DIAP.
Fonte: Diap

09/06/2025 -
Ministro da Previdência reafirma a centrais
compromisso com diálogo
Wolney Queiroz, ministro da Previdência Social,
ouviu as demandas em primeira reunião com as
entidades após assumir cargo
O ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, se
reuniu na quarta-feira (4) com representantes das
centrais sindicais pela primeira vez desde que
assumiu como ministro.
O encontro, que aconteceu em São Paulo, foi um
momento de escuta e estreitamento da relação do
órgão com os representantes dos trabalhadores e
aposentados brasileiros.
“Eu fiz questão de vir a São Paulo reunir as
centrais sindicais do Brasil para poder fazer esse
gesto em nome do governo federal, dizer o quanto é
importante a presença delas para tocarmos o
Ministério, a fim de que as pautas que dizem
respeito aos trabalhadores sejam compartilhadas. Nos
comprometemos a manter esse diálogo aberto, franco,
permanente e reforçar que o Brasil precisa deles, em
especial neste momento”, ressaltou o ministro.
Wolney Queiroz disse ainda que esta é a primeira de
muitas reuniões de trabalho. O ministro também
recebeu uma pauta prioritária das centrais para o
ano de 2025.
“Nós abrimos a reunião pedindo a indicação dos
substitutos das entidades que foram momentaneamente
afastadas. Nós não fizemos nenhum juízo de valor, e
consideramos a presunção de inocência, mas pedimos
que as entidades com Acordos de Cooperação Técnica
suspensos fossem afastadas até que se encerrem as
investigações pela Controladoria-Geral da União
(CGU).”
Em suas falas, os dirigentes foram contundentes na
defesa de fortalecer o sistema previdenciário como o
maior programa de distribuição de renda do país e
agradeceram o canal de diálogo aberto pelo ministro.
“O intuito é trazer a sociedade e mostrar os
serviços prestados por essas entidades. Hoje nós
demonstramos isso ao ministro, que há entidades que
fazem um trabalho muito sério para o trabalhador lá
na ponta, que têm estrutura, são idôneas, e que é
necessário que seja punido quem tem que ser punido.
Estivemos aqui debatendo isso e apoiando essa ação
que tem que ser desenvolvida”, completou Miguel
Torres, presidente da Força Sindical.
“Para nós é importante que se faça uma separação de
entidades históricas de serviço prestado ao país,
aos trabalhadores e aos aposentados, dessas
associações que foram claramente criadas
recentemente e credenciadas com o objetivo de
fraude. O movimento sindical é o maior interessado
que seja esclarecido o mais rápido possível esse
processo porque os trabalhadores que recebem
serviços dessas entidades que são sérias hoje estão
com esses benefícios interrompidos. Então nós
falando com o ministro que estamos dispostos a
ajudar para que rapidamente possamos esclarecer
quais são as entidades sérias e as não sérias”,
relatou o presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre.
Participaram do encontro com o ministro:
- o coordenador do Fórum das Centrais Sindicais,
Clemente Ganz;
- o presidente da Força Sindical, Miguel Torres;
- o presidente da União Geral dos Trabalhadores,
Ricardo Patah;
- o presidente da Central dos Trabalhadores e
Trabalhadoras do Brasil, Adilson Gonçalves de
Araújo;
- o presidente da Central Única dos Trabalhadores
(CUT), Sérgio Nobre;
- a presidente da Intersindical, Nilza Pereira de
Almeida;
- o secretário-geral da Central dos Sindicatos
Brasileiros, Álvaro Egea;
- a secretária-geral da Pública Central dos Servidor,
Maricler Real;
- o diretor da Nova Central Sindical de Trabalhadores,
Artur Bueno de Camargo Junior; e
- o dirigente da Central dos Trabalhadores e
Trabalhadoras do Brasil, Rolando Medeiros.
Afastamento
No dia 26 de maio, por decisão do ministro da
Previdência Social, todos os então integrantes do
CNPS que representavam entidades citadas nas
investigações da Operação Sem Desconto foram
temporariamente afastados do Conselho, até que se
concluam as apurações dos fatos.
O ministro solicitou às centrais sindicais que
indiquem novos integrantes para compor o conselho.
Fonte: Rádio Peão Brasil

|