Publicação: 28/04/2025
Dia
Mundial em Memória das Vítimas de
Acidentes de Trabalho
28 DE ABRIL: MEMÓRIA, LUTA E RESISTÊNCIA
A Confederação Nacional dos
Trabalhadores na Indústria (CNTI), nesse
dia em que é ecoado mundialmente o
luto e a luta em Memória das Vítimas de
Acidente de Trabalho, lembra que o
Brasil chega ao 28 de abril de 2025 com
um grave sinal de alerta: o que deveria
ser um momento de homenagem às vítimas
de acidentes e de doenças laborais,
torna-se também um grito de denúncia
contra a escalada da precarização, da
degradação dos ambientes de trabalho e
da corrosão dos direitos fundamentais da
classe trabalhadora.
Nesse momento, convivemos com decisões
judiciais de alto impacto na vida de
quem depende do trabalho para viver,
como a proferida pelo ministro Gilmar
Mendes no âmbito do STF, dando sinais
claros de que a luta pela vida, se
depender da justiça, esta será,
literalmente, a “justiça do capital”.
Ao suspender todas as ações em
tramitação na Justiça do Trabalho que
questionam contratos de trabalhadores
autônomos ou por meio de pejotização,
estimula a degradação e a precarização
das condições e direitos laborais, o que
representa mais uma decisão a favorecer
aos interesses de desregulamentação do
trabalho em detrimento da proteção à
vida e à saúde dos trabalhadores.
Soma-se a isso a perspectiva de mais um
ano de adaptação empresarial para
efetivamente aplicar e cumprir o item
1.5 da nova Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1).
Praticamente um pacto protelador, sob a
tutela do MTE, impeditivo à emergência
da prevenção dos riscos psicossociais –
justo num cenário em que os adoecimentos
mentais, a ansiedade, a depressão e os
suicídios relacionados ao trabalho
atingem níveis alarmantes, lado a lado
com as chocantes estatísticas de
acidentes e mortes no exercício laboral.
Essa combinação de fatores escancara um
projeto perverso de intensificação do
sofrimento, da penosidade, da
insegurança e da perda de dignidade no
trabalho. A omissão e a desproteção
matam. E não há homenagem real às
vítimas se não houver compromisso sério
com a reversão desse quadro.
Por isso, neste 28 de abril,
reafirmamos: não basta lembrar; é
preciso lutar.
Defendemos que o fim da escala 6x1 e a
redução da jornada de trabalho, a
regulamentação de medidas preventivas e
mitigadoras da penosidade e a aplicação
imediata do item 1.5 na NR-1, são
medidas urgentes e civilizatórias, em
movimento, que se impõem como
barreiras concretas contra a exploração
extrema, o adoecimento e a morte
laboral. Trabalhar menos dias
consecutivos, ter mais tempo de
recuperação física e mental e preservar
o convívio social e familiar, alinham-se
com a extinção da penosidade e do
sofrimento mental no trabalho, portanto,
são condições mínimas para a proteção da
vida e da saúde de quem trabalha.
A verdadeira homenagem às vítimas é a
transformação estrutural das relações de
trabalho, defendida e protegida nos
termos dos princípios fundamentais de
nossa Constituição Federal, em favor da
dignidade humana, da justiça social e da
preservação da vida.
28 de abril: memória, luta e
resistência.
Confederação Nacional dos Trabalhadores
na Indústria

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