Publicação: 21/04/2025
CNTI em
Luta e Luto por Papa Francisco
A
Confederação Nacional dos Trabalhadores
na Indústria (CNTI), em sua luta por
justiça social, direitos e dignidade no
trabalho, encontra no Papa Francisco
a camaradagem corajosa, ética e
profética de um dos maiores líderes
de nossa história. Sua voz, corajosa e
solidária, ecoa o que os sindicatos
combativos gritam há décadas: não há
paz sem justiça, nem dignidade sem
trabalho digno.
Nesse momento, com o sentimento coletivo
de pesar e de que um grande homem, cujo
corpo e espírito, cumpriu e cumpre
sua missão entre nós, reunimos
palavras e gestos do Papa Francisco
que iluminam o caminho dos
trabalhadores, fortalecem a luta
contra o antissindicalismo e
denunciam a lógica perversa da
precarização, da exclusão e da violência
estrutural que marca o mundo do
trabalho.
Um chamado à ação. Um clamor por “Terra,
Teto e Trabalho”. Um instrumento
para fortalecer as mobilizações da
classe trabalhadora rumo a um futuro
justo, solidário e fraterno.
A CNTI está em luto pela perda de
um líder ético e espiritual, e em luta
pela continuidade de seu legado.
Seguiremos em marcha, afirmando que a
vida vale mais que o lucro, e que o
trabalho humano deve ser respeitado como
sagrado.
Papa Francisco presente! Caminha
conosco. E nós com ele. Pela valorização
do trabalho, da vida e pelo fim de toda
forma de violência.
Nossa solidariedade à Igreja Católica,
aos povos do mundo e aos trabalhadores
que hoje choram esse adeus.
Confederação Nacional dos
Trabalhadores na Indústria — CNTI
Brasília, 21 de
abril de 2025
1. Defesa dos Sindicatos e do Direito
à Organização
• “O sindicato nasceu e renasce
todas as vezes que, como os profetas
bíblicos, dá voz aos que não têm voz.”
(Papa Francisco, Audiência com a
Confederação Italiana do Trabalho – CGIL,
19 de dezembro de 2022).
• “Vocês são como sentinelas que
anunciam o amanhecer, mesmo quando ainda
é noite. Por isso, incomodam. E devem
incomodar mesmo. Um sindicato que não
incomoda, que não denuncia, que não se
compromete com os pobres, está
morrendo.” (Encontro Mundial de
Movimentos Populares – Santa Cruz de la
Sierra, Bolívia, 9 de julho de 2015).
• “O sindicato é uma forma de profecia.
Ele nasce do clamor dos explorados. Mas
cuidado: se esquecerem isso, podem virar
burocracia, ou pior, corruptos. Um
sindicato deve ser livre, criativo e
combativo.” (Audiência com o Sindicato
Nacional Italiano CISL, 28 de junho de
2017).
• “O movimento sindical enfrenta um
grande desafio: o de se manter fiel à
sua missão original e ao mesmo tempo se
renovar. Para isso, precisa manter-se
junto aos pobres, aos trabalhadores
informais, aos jovens sem futuro.”
(Discurso à Confederação dos Sindicatos
Latino-Americanos, novembro de 2021).
2. Trabalho Digno como Pilar da
Dignidade Humana
• “O trabalho não é uma mercadoria.
E o trabalhador não é uma peça
descartável da engrenagem produtiva.”
(Encíclica Laudato Si’, 2015, §128).
• “O trabalho é parte da dignidade
humana. É uma forma de participar da
criação. Negar o trabalho é negar a
dignidade.” (Audiência Geral, 15 de maio
de 2013).
• “A pior pobreza é a falta de trabalho.
Porque o desemprego tira não apenas o
pão, mas o sentido da vida.” (Discurso
aos Movimentos Populares, Vaticano, 28
de outubro de 2014).
• “Não existe democracia real sem
trabalho. Onde o trabalho é negado ou
precarizado, a sociedade adoece.” (Carta
aos participantes do Encontro Mundial de
Movimentos Populares, 16 de outubro de
2021).
3. Combate ao Antissindicalismo e à
Precarização
• “A cultura do descarte não quer
sindicatos. Porque os sindicatos
incomodam, denunciam e protegem os mais
frágeis. Por isso os deslegitimam,
criminalizam ou os tentam corromper.”
(Encontro com Sindicatos de Base, Roma,
7 de setembro de 2018).
• “Estamos diante de uma colonização
ideológica global que quer eliminar
direitos em nome da competitividade.
Essa colonização não tolera sindicatos
combativos. Prefere trabalhadores
isolados, descartáveis, sem voz.”
(Discurso na Pontifícia Academia de
Ciências Sociais, 1º de maio de 2019).
• “Trabalhadores explorados e sindicatos
silenciados são duas faces da mesma
moeda. Precisamos romper essa lógica com
coragem e solidariedade.” (Mensagem ao
Encontro de Economia de Francisco,
Assis, 2020).
• “Chamam de flexibilização, mas é
exploração. Chamam de modernização, mas
é descarte humano. A precarização é uma
forma de violência.” (Mensagem em vídeo
para o Encontro dos Movimentos
Populares, 2021).
4. Economia Popular e Crítica ao
Capitalismo Selvagem
• “O capitalismo financeiro tem o
rosto de uma economia que mata, uma
economia que não tem nada a ver com a
dignidade humana, mas sim com a
especulação.” (Discurso na 49ª
Assembleia Geral da OIT, 13 de junho de
2019).
• “O sistema atual é insustentável. Está
matando o planeta e os povos. Precisamos
de uma economia que coloque o ser humano
no centro, e não os lucros.” (Encíclica
Laudato Si’, 2015, § 156).
• “Os trabalhadores devem ser os
protagonistas de uma economia inclusiva,
que lute contra as desigualdades sociais
e promova o bem comum.” (Mensagem à
Conferência Internacional sobre Economia
e Trabalho, 2016).
• “A crise econômica mundial não é fruto
de uma fatalidade. Ela é fruto de um
sistema de poder e de consumo
desenfreado que marginaliza os pobres e
explora os recursos naturais.” (Discurso
na 49ª Assembleia Geral da OIT, 13 de
junho de 2019).
5. Movimentos Populares: Terra, Teto
e Trabalho
• “É uma vergonha para a humanidade
que existam milhões de pessoas que não
têm o direito à terra, à casa, ao
trabalho digno. O povo não pede favores,
mas direitos.” (Discurso aos Movimentos
Populares, Santa Cruz de la Sierra,
Bolívia, 9 de julho de 2015).
• “As lutas populares por terra, casa e
trabalho são lutas legítimas. Não são
reivindicações isoladas, mas batalhas
para a construção de um mundo mais justo
e solidário.” (Discurso ao Encontro de
Movimentos Populares, Vaticano, 28 de
outubro de 2014).
• “A miséria não é algo natural, é fruto
de um sistema econômico e social que não
garante os direitos básicos de todos.
Por isso, a luta pela terra, teto e
trabalho é a luta pela justiça.” (Carta
aos Movimentos Populares, 16 de outubro
de 2021).
• “A revolução social não é uma
revolução de violência, mas uma
revolução de justiça, que garanta a
dignidade de todos e a igualdade de
condições.” (Encontro com Movimentos
Populares, Vaticano, 27 de outubro de
2014).
6. Violência Estrutural e Cultura do
Descarte
• “A violência não é apenas a ação
direta, mas também a violência
estrutural, que nega direitos, que
discrimina, que marginaliza, que deixa
milhões de pessoas fora da sociedade.”
(Discurso aos Movimentos Populares,
Vaticano, 28 de outubro de 2014).
• “O modelo de desenvolvimento que o
mundo segue é um modelo que mata. Mata
as pessoas e o planeta, mas também mata
a dignidade humana.” (Encíclica Laudato
Si’, 2015, § 53).
• “A cultura do descarte é a raiz de
muitos dos problemas do nosso tempo, da
pobreza extrema à destruição ambiental.
Para essa cultura, os seres humanos são
descartáveis.” (Discurso no Encontro
Mundial de Movimentos Populares, 9 de
julho de 2015).
• “Não podemos continuar a viver em um
mundo que descarta as pessoas, que não
dá dignidade ao trabalho, que destrói o
meio ambiente em nome do lucro.”
(Mensagem ao Encontro de Economia de
Francisco, Assis, 2020).
7. Paz com Justiça Social: Contra a
Guerra e os Genocídios
• “A paz não é apenas a ausência de
guerra, mas a construção de justiça
social. Sem justiça, não pode haver paz
verdadeira.” (Discurso na ONU, 25 de
setembro de 2015).
• “Não podemos tolerar a guerra. Nenhuma
guerra é justa. Ela destrói vidas,
desintegra sociedades, gera miséria e
desumaniza.” (Discurso ao Corpo
Diplomático, 7 de janeiro de 2019).
• “A paz duradoura só pode ser
construída quando se reconhece e se luta
contra as injustiças estruturais, como a
desigualdade, a pobreza e a falta de
direitos humanos básicos.” (Discurso na
49ª Assembleia Geral da OIT, 13 de junho
de 2019).
• “O genocídio é uma das formas mais
extremas de violência. Devemos lutar
contra qualquer tentativa de apagamento
de culturas, identidades e vidas
humanas. A solidariedade é a resposta.”
(Discurso sobre a Paz e os Direitos
Humanos, 2020).
8. Fraternidade, Solidariedade e
Utopia Realista
• “A fraternidade não é um conceito
abstrato. Ela deve ser vivida
concretamente, respeitando a dignidade
de cada ser humano e garantindo
igualdade de direitos para todos.”
(Encíclica Fratelli Tutti, 2020, § 118).
• “A solidariedade não é uma caridade,
mas uma decisão política que deve ser
vivida na prática, com ações concretas
para o bem comum.” (Discurso à ONU, 25
de setembro de 2015).
• “A verdadeira utopia é aquela que,
longe de ser uma ideia irrealizável, é a
convicção de que um mundo mais justo é
possível e que, através da união e da
luta, podemos alcançar esse mundo.”
(Discurso ao Movimento dos Trabalhadores
Sem Terra, 2014).
• “Não basta desejar a paz. A paz se
constrói com compromissos concretos para
eliminar as causas das desigualdades e
da exclusão social.” (Encíclica Laudato
Si’, 2015).

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